A B3 acaba de anunciar que está em tratativas para a aquisição da Neoway, uma das maiores empresas de ‘big data’ do País.
O anúncio sugere que o CEO Gilson Finkelsztain vê sinergias em adicionar uma nova linha de negócios à B3: a venda de produtos de dados, uma tendência cada vez mais comum entre bolsas do mundo inteiro.
A B3 vem acelerando sua entrada em novos negócios.
Em julho, já havia anunciado uma sociedade de R$ 600 milhões com a Totvs para criar a Dimensa, uma empresa que oferece soluções tecnológicas para o mercado financeiro.
Ano passado, a B3 concluiu a compra dos 25% que ainda não detinha na BLK Sistemas, uma empresa especializada no desenvolvimento de telas e algoritmos de negociação para corretoras e investidores institucionais.
A B3 também tem entrado em negócios como registros de recebíveis de cartão de crédito, energia, seguros, veículos, entre outros.
Fundada em 2002 pelo empreendedor Jaime de Paula, a Neoway é a maior empresa da América Latina de ‘big data analytics’ e inteligência artificial para negócios.
A empresa fornece soluções baseadas em dados para cerca de 500 empresas de diversos setores, do financeiro ao automotivo, do transporte a bens de consumo, incluindo cobrança e recuperação de créditos, construção civil, óleo e gás e saúde.
Depois de receber investimentos de fundos como Accel Partners, Monashees, Temasek, PointBreak e Endeavor Catalyst, a Neoway parecia destinada a um IPO na Nasdaq — quando foi atingida por uma crise.
Jaime foi afastado da presidência da Neoway em agosto de 2019 depois que a Neoway foi citada em conversas privadas do coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e pelo lobista Jorge Luz, ligado ao MDB. Na época, o conselho da Neoway contratou uma auditoria para fortalecer seus controles internos.
Com a crise, a empresa viu seu crescimento desacelerar, tornando a venda para um investidor estratégico o melhor caminho para dar saída aos fundos.
O Bank of America está assessorando a Neoway.
O Citigroup está assessorando a B3.