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Unilever quer a internet tão limpa quanto o OMO
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Tentando desvencilhar suas marcas do ambiente tóxico da internet, a Unilever anunciou que passará a veicular sua publicidade apenas numa rede global de “veículos confiáveis”. A construção da rede será progressiva.
Nos últimos anos, a multinacional britânica vem adotando medidas para limpar o seu plano de mídia de veículos, plataformas e influenciadores que inflam audiência com o uso de robôs e outros artifícios fraudulentos e que não adotam políticas para coibir a veiculação de conteúdo inapropriado.
A empresa agora quer estreitar o relacionamento com os veículos e plataformas digitais – em nível global, regional e local – para garantir um controle ainda maior sobre a veiculação dos seus anúncios. Com isso, espera ter mais instrumentos de checagem para combater fraudes, assegurar a qualidade da audiência e do formato dos anúncios e também garantir um maior acesso a dados.
Eventualmente, a maior parte dos gastos com publicidade online da Unilever deverá passar pela rede de veículos confiáveis, a “Unilever Trusted Publishers”.
Nos últimos anos, Unilever e a Procter & Gamble vêm apertando o cerco contra as grandes plataformas digitais. A Procter chegou a ficar um ano sem anunciar no Youtube. O boicote levou a plataforma a fazer uma limpa em vídeos de conteúdo inapropriado: 8 mil vídeos foram deletados no final de 2017.
Twitter, Youtube e Instagram já removeram 1,6 bilhão de contas fakes desde junho do ano passado. Nos últimos meses, o Facebook anunciou que passará a excluir o conteúdo de militantes nacionalistas e supremacistas brancos.
A Unilever não chegou a boicotar nenhuma plataforma, mas ameaçou. No início do ano passado, lançou um manifesto se comprometendo a priorizar investimentos em marketing em plataformas responsáveis e que estivessem engajadas em “contribuir para melhorar o mundo”.