Seis meses após ter rejeitado uma oferta da Kraft Heinz, a Unilever estaria de olho numa grande aquisição.

De acordo com o jornal britânico Evening Standard, a companhia estuda fazer uma oferta pela Estée Lauder, a gigante americana dos cosméticos dona de marcas como MAC, Clinique, Bobbi Brown e Jo Malone London, e que hoje vale US$ 40 bilhões na Bolsa de Nova York.

A matéria, inserida no meio do comentário de Bolsa do jornal, parece altamente especulativa e não repercutiu no mercado: as ações da Estée Lauder estão em leve alta, com volume de negócios normal.

A compra da Estée Lauder seria uma forma do CEO Paul Polman aumentar o tamanho e o valor da Unilever, reforçando assim sua blindagem contra uma nova investida da 3G.  Uma compra da Colgate, para os mesmos fins, também já foi alvo de especulação.

Acabou neste mês o prazo de 180 dias nos quais a 3G ficava impedida de fazer uma nova oferta, de acordo com a lei britânica.  Já discutimos aqui as dificuldades da 3G em fazer uma nova oferta.

O Evening Standard diz que, se tentar comprar a Estée Lauder, a Unilever poderia enfrentar a concorrência da L’Orèal, da própria 3G e da JAB, dona da Coty.

Nascida como uma pequena linha de cremes para cuidados com a pele em 1946, a Estée Lauder é hoje uma gigante com 25 marcas, presença em 150 países e faturamento de quase US$ 12 bilhões.

A fundadora, Josephine Esther Lauder, morreu em 2004 aos 97 anos, mas a empresa ainda é essencialmente familiar. Os Lauder tem 40% do capital e 90% das ações com direito a voto, e participam ativamente da gestão.

O conselho de administração é liderado por William Lauder, neto de Esther. Os dois filhos da matriarca também tem posições de liderança: Ronald, o mais novo, é o chairman da Clinique, e o mais velho, Leonard, é chairman emérito do grupo.