A Novo Holdings, controladora da Novo Nordisk, está pagando US$ 16,5 bilhões pela fabricante de medicamentos americana Catalent, em um investimento para ampliar a capacidade da farmacêutica dinamarquesa de colocar no mercado o Wegovy e Ozempic, suas drogas blockbuster de perda de peso e tratamento da diabetes. 

Além de assumir US$ 5 bilhões em dívidas, a Novo Holdings vai desembolsar US$ 11,5 bilhões em cash, pagando US$ 63,50 por ação da Catalent – um prêmio de 16,5% sobre o preço de fechamento de sexta-feira e de 47,5% em relação à média ponderada dos últimos 60 dias. 

A Catalent já é a principal fornecedora da Novo no processo de preencher as canetas de seringas de Wegovy e Ozempic e empacotá-las para a distribuição. 

A Novo Nordisk enfrenta dificuldades para atender à demanda internacional pelas duas drogas, que compartilham o mesmo princípio ativo, a semaglutida. 

Como parte do negócio, a Novo Nordisk pagará US$ 11 bilhões à holding para ficar com três unidades de produção hoje pertencentes à Catalent. Assim, espera ter maior flexibilidade para escalar a oferta dos medicamentos. 

A Novo Holding possui 77% das ações com direito à voto da Novo Nordisk. 

A farmacêutica publicou seu balanço do quarto tri na semana passada, reportando um aumento de 37% nas vendas em relação ao mesmo tri do ano anterior. O lucro operacional ficou em US$ 3,9 bilhões no trimestre, alta de 57%. 

Na apresentação dos resultados, o CEO Lars Fruergaard Jørgensen projetou mais um ano de forte demanda porque só uma pequena parcela dos milhões de pessoas com obesidade e diabetes utilizam os medicamentos hoje. 

As ações da companhia subiram 69% nos últimos 12 meses, tornando a Novo Nordisk a empresa mais valiosa da Europa, acima da LVMH. O market cap da farmacêutica está em US$ 521 bilhões – ainda abaixo de sua concorrente americana Eli Lilly, que vale US$ 661 bilhões. 

Após a finalização da compra, prevista para o final do ano, a Catalent deixará de ser listada na NYSE. A transação teve o apoio da Elliott Management, que teve uma postura ativista na Catalent e fazia parte do board desde agosto.