O Natal ainda estava longe, mas o espírito já estava ali.
Em maio deste ano, um taxista pegou uma corrida no Itaim. O passageiro – um sócio sênior de um grande banco da Faria Lima – estava voltando para o trabalho depois de uma reunião fora.
Conversa vai, conversa vem, o taxista comentou que seu filho estava quebrado, e que ele próprio estava enfrentando dificuldades financeiras tentando organizar a vida do garoto.
Depois de 10 minutos de conversa, o passageiro fez uma proposta inusitada: “Vamos num bar que tem ali perto do banco? Tomamos uma cerveja e o senhor me conta essa história direito.”
O motorista achou aquilo estranho, mas aceitou o convite.
Sentaram num bar na Leopoldo.
Entre um gole e outro, o taxista contou detalhes de sua vida até que, em dado momento, o banqueiro perguntou: “Quanto é que precisa para resolver essa situação sua e do seu filho?”
“O que é isso, doutor? De jeito nenhum!” reagiu o taxista.
Mas o banqueiro insistiu – e no mesmo dia, deu o dinheiro ao homem.
***
Soubemos da história meses depois, quando o taxista contou o caso a outro passageiro, uma fonte do Brazil Journal.
Mais do que o dinheiro, o que o banqueiro deu de mais precioso foi seu tempo: ele viu uma das muitas pessoas que passam por nós ‘invisíveis’ todos os dias — a moça que serve cafezinho, o porteiro do prédio, o cara que perdeu tudo e hoje mora na rua.
Esse gesto de empatia aconteceu na Faria Lima, um lugar mais conhecido pelo greed que pelo good. E se aconteceu ali, pode acontecer em qualquer lugar.
Quem doa costuma se sentir melhor do que quem recebe a doação. E há os que acreditam, como Elie Horn, que a filantropia garante o seu lugar no Céu (ou na próxima vida).
“Por que você existe? Para fazer o bem — o bem é a causa da sua existência,” Elie nos disse certa vez. “É muito medíocre você viver, morrer, e não ter feito nada. Por que você viveu? Se você gastou só em si, você não fez nada. Desperdiçou dinheiro.”
Olhe ao redor, e seja o seu Elie de alguém.