A TIM Brasil acaba de reportar o melhor primeiro trimestre de sua história – em todas as linhas do balanço – calcado numa dinâmica competitiva mais racional e com a migração de clientes para planos mais caros.
A receita líquida da companhia subiu 8,1% na comparação com o mesmo tri do ano passado, para R$ 6,09 bilhões.
A ARPU – a receita média mensal por usuário – atingiu R$ 30,30, a maior do setor, um aumento de 8,8% ano contra ano e o mais alto crescimento para um primeiro trimestre na história.
Já o EBITDA cresceu 10,7% para R$ 2,89 bilhões, com a margem subindo 1,4 ponto para 47,4% – números em linha com o consenso Refinitiv.
O EBITDA “after lease” – a métrica do IFRS que leva em conta o custo com o aluguel de torres – cresceu 20,7%.
O lucro líquido da companhia, por sua vez, veio um pouco abaixo do esperado: enquanto o consenso esperava R$ 538 milhões, a TIM Brasil entregou R$ 519 milhões – um aumento de 25,9% na comparação anual.
“Estamos andando exatamente conforme o planejado e de acordo com o nosso guidance,” o CEO Alberto Griselli disse ao Brazil Journal. “É o melhor primeiro trimestre da história da TIM Brasil.”
Segundo o executivo, o mercado está muito mais racional, o que ajuda na estratégia da TIM de oferecer produtos com maior valor agregado – e cobrar mais por isso.
“A empresa tem conseguido repassar preços acima da inflação, tanto no pós-pago quanto no pré-pago, e migração de clientes em planos de maior valor,” disse o analista da XP Bernardo Guttman, que viu os resultados da companhia como sólidos.
Griselli disse que a empresa vem conseguindo aumentar o valor das contas dos consumidores sem aumentar o churn – que ficou em 2,7% no primeiro tri, queda de 0,7 ponto em relação a um ano antes.
“Estamos com uma estratégia de reajustar alguns preços e aumentar o benefício para os nossos clientes. Na medida em que o cliente valoriza a qualidade do serviço, ele continua conosco,” disse Griselli.
O executivo notou que o capex, que teve alta de 5,1% no primeiro tri para R$ 1,35 bilhão, veio um pouco descasado do que esperava o mercado – a TIM Brasil tem um guidance de um investimento entre R$ 4,4 e R$ 4,6 bilhões em 2024.
O motivo: a TIM quis acelerar o desenvolvimento do 5G, até para capturar clientes em busca de uma maior cobertura, disse Griselli.
A empresa tem apenas 266 de seus 5.570 municípios cobertos pela nova tecnologia, mas que representam quase 50% da população coberta pela tecnologia.
“Essa é uma das alavancas para capturar novos clientes e decidimos entrar forte no início do ano,” disse Griselli. “Mas o capex vai se corrigir ao longo do ano.”
O executivo aposta que a maior força no 5G vai resultar em um ganho de market share no longo prazo – algo que o mercado cobra da companhia.
A empresa, que vem limpando sua base de consumidores vindos da compra da Oi, viu seu market share no pós-pago cair de 19,5% em 2022 para 18,6% em 2023. Neste primeiro tri, outra leve queda para 18,5%.
No pré-pago, a TIM encerrou o trimestre com 31,1% de share, bem próximo dos números de 2022 e 2023 (31,5% e 31,3%, respectivamente).
“Nós queremos aumentar o market share mas de maneira racional, então por isso os proporcionamentos de valor e velocidade vão ser importantes,” disse.
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