A Tecnisa está sondando o mercado para levantar cerca de R$ 400 milhões em um follow-on — quase o mesmo que seu próprio valor de mercado na Bolsa, hoje em R$ 460 milhões.
A operação está sendo vendida como um movimento transformacional para a companhia, o que justificaria a diluição brutal.
A oferta praticamente zeraria a dívida líquida da Tecnisa, hoje em R$ 450 milhões, abrindo espaço para que a companhia possa focar em crescimento.
O controlador Meyer Nigri, que detem 48% dos papéis, deve acompanhar a transação, mas num patamar menor que sua participação, que deve cair se a operação for levada em frente.
Em meio ao boom de ofertas, o follow-on da incorporadora deve testar o apetite dos investidores pelas operações de segunda linha.
Em conversas iniciais, investidores têm sinalizado que só topam participar mediante descontos expressivos, da ordem de 15% em relação ao preço em tela.
Focada no segmento de médio e alto padrão, a Tecnisa foi fortemente afetada pelo grande número de distratos nos últimos anos e vem focando na venda de seu estoque. Os lançamentos, que ficaram suspensos por três anos, foram retomados no mês passado.
A liquidez está apertada: no fim do primeiro trimestre, o caixa não cobria as dívidas com vencimento em até um ano.
A ação da Tecnisa negocia nas mínimas históricas, a R$ 1,39.
BTG, Santander, Itaú e Caixa foram contratados pela companhia para coordenar a capitalização, que foi antecipada na semana passada pela Coluna do Broadcast.