A XP elevou seu preço-alvo para a Raia Drogasil, mas manteve sua recomendação de ‘venda’ para a ação, chamando a líder do setor de “a rede de drogarias mais cara do mundo”.
A analista Danniela Eiger disse que a RD negocia a 45,5x o lucro estimado para este ano e 35x o lucro do ano que vem — um prêmio de cerca de 15% em relação à média histórica.
“Concordamos que a RD merece negociar com um prêmio dado seu sólido track record, com um CAGR de 25% nos últimos dez anos. A companhia também se destaca no setor tanto em termos de crescimento de ‘same store sales’ quanto de lucratividade,” escreveu a analista.
No entanto… “nossa visão bearish é baseada em como estimamos a dinâmica de lucro marginal nos próximos trimestres, com o consenso de mercado assumindo premissas muito otimistas, na nossa visão.”
A analista também disse que acredita que o mercado deve acabar movendo suas posições de nomes mais defensivos, como a RD, para empresas mais sensíveis ao PIB, já que o poder de compra do consumidor deve melhorar em meio a um ambiente de menos inflação e taxas de juros menores.
No relatório, a XP elevou seu preço-alvo em 8%, de R$ 22 para R$ 25. O papel negocia a R$ 28,40.
O call da XP é contrarian: ela é a única que tem uma recomendação de ‘venda’ para o papel. Dos 18 analistas que cobrem a empresa, seis tem ‘compra’ e os outros 11 tem ‘neutro’.
As estimativas da XP para 2023 e 2024 estão 8% e 13% abaixo do consenso, respectivamente.
A XP acredita que o mercado ainda não está precificando a perda de ritmo no crescimento da RD daqui para frente.
“Rodamos uma análise de sensibilidade para tentar estimar o crescimento e a lucratividade implícitos nas estimativas do consenso e chegamos a um crescimento de duplo dígito do SSS para as lojas maduras em 2023-2024 e uma diluição de SG&A de mais de 50 basis points, o que vemos como muito otimista,” escreveu Danniela.
A analista também notou que o reajuste dos preços de medicamentos, estipulado pelo Governo, é uma variável chave para dar o tom do crescimento de top line das farmácias. Neste ano, o reajuste foi definido em 5,6% (uma forte desaceleração em relação ao ano passado) e, para o ano que vem, a XP estima um reajuste de apenas 4,5%.
“Isso não só vai afetar a dinâmica do SSS, mas também será um vento contra uma alavancagem operacional mais forte,” escreveu a analista.