O Snap – a rede social que a sua filha gosta (se ela tiver menos que 20 anos) – está perdendo mais de um terço de seu valor de mercado hoje em seu pior dia de negociação desde o IPO em 2017.
A ação derrete 39% no início da manhã depois do CEO Evan Spiegel divulgar um comunicado alertando que a empresa não deve entregar seu guidance de receita e EBITDA do segundo trimestre.
O CEO também disse que o Snap vai reduzir o ritmo de contratação de novos funcionários.
O guidance do Snap — divulgado há exatamente um mês — era de um crescimento de 20% a 25% para a receita e de um EBITDA entre zero e US$ 50 milhões. Na carta enviada aos funcionários, Evan disse que a receita e o EBITDA “provavelmente virão abaixo da faixa mais baixa do guidance.”
“O ambiente macro se deteriorou mais e mais rápido do que antecipamos quando demos nosso guidance para o trimestre no mês passado,” escreveu o CEO.
A declaração vem depois do Snap reportar um primeiro trimestre já abaixo das expectativas, com receita e lucro menores que o consenso.
O alerta do Snap puxou para baixo outras empresas que dependem da publicidade online. O Meta, dono do Facebook, cai mais de 7%; o Twitter, 3%; e a Alphabet, dona do Google, outros 6%.
Hoje cedo, o banco Jefferies revisou suas estimativas para as receitas de todas essas empresas, reduzindo sua projeção para este ano e para 2023 em 3% e 6%, na média.
O CEO do Snap disse que a companhia está enfrentando o aumento da inflação e das taxas de juros, as quebras das cadeias de suprimento, a disrupção no mercado de trabalho e as mudanças na política de privacidade de plataformas como a Apple — sem falar no impacto negativo da Guerra na Ucrânia.
“Nossos ganhos mais significativos nos próximos meses virão como resultado do aumento da produtividade de nossos atuais funcionários,” disse ele.
Além do ambiente macro, alguns investidores especulam que os resultados fracos podem ter a ver com o ‘efeito TikTok’, com a rede social chinesa dragando receita e usuários de outros players que disputam a mesma demografia.