O fundo imobiliário XP Log acaba de levantar R$ 600 milhões numa oferta que ressalta a retomada do mercado de FIIs no pós-pandemia e o apelo crescente dos galpões logísticos como classe de ativos.

Os R$ 500 milhões da oferta base saíram integralmente do direito de preferência de atuais cotistas, que subscreveram também as sobras. Os R$ 100 milhões adicionais vieram do chamado greenshoe (o lote suplementar), que teve uma demanda de 5x a oferta.

A cota, que saiu a R$ 113,08 na emissão, fechou hoje a R$ 130,00.

A demanda mostra a consolidação dos galpões como classe de ativos, em boa parte graças à explosão do ecommerce como resultado da pandemia.

Com a oferta — a maior de um fundo imobiliário desde o início da pandemia — o XP Log ultrapassou R$ 2,5 bilhões em valor de mercado e passa a ser o maior FII de logística do País. O fundo tem 150 mil cotistas.

Esta foi a quarta emissão de cotas do XPLG11, que fez seu IPO em junho de 2018. De lá para cá, o fundo levantou R$ 2,1 bilhões e comprou ou desenvolveu 15 galpões logísticos.

A área bruta locável (ABL), hoje em 650 mil metros quadrados, deve chegar a 800 mil quando os recursos da oferta forem investidos. 

Cerca de 70% do portfólio do fundo está na região de Cajamar, a ‘Faria Lima dos galpões’, e do Cabo de Santo Agostinho, perto do porto de Suape e do Aeroporto de Recife. O fundo também tem contratos atípicos espalhados pelo País: um CD da Renner em São José, Santa Catarina; um da Via Varejo, em Cachoeirinha, Rio Grande do Sul; e um da Panasonic, em Itapeva. 

O XP Log vai usar parte dos recursos da emissão para pagar parcelas de alguns desenvolvimentos em Cajamar, entre eles um ‘build to suit’ com a Leroy Merlin e um galpão especulativo que ainda não tem locatário. Outra parte será usada para uma expansão do CD da Renner. 

Hoje, o XPLG11 tem uma vacância física de apenas 4%. 

Com a emissão, a XP Asset passa a ter R$ 8,5 bilhões em ativos sob gestão em FIIs. No final de 2017, esse número era de R$ 700 milhões.