A Rural Ventures está formatando seu primeiro fundo para investir em startups ligadas à cadeia do agronegócio. O plano é iniciar a captação em fevereiro e levantar entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões.
Fundada em setembro de 2021 por Fernando Rodrigues, que chefiou a mesa de commodities da XP por sete anos, a empresa passou o primeiro ano e meio “acumulando conhecimento e relacionamento,” disse o fundador.
Em 2023, a Rural Ventures levantou R$ 10 milhões com family and friends e investiu cerca de R$ 4 milhões em quatro startups por meio de club deals.
A empresa também reforçou a equipe e recebeu novos sócios, entre eles André Amorim, que encerrou uma carreira de 17 anos na XP e agora cuida do relacionamento com investidores, empresas do agro e startups na Rural.
“Atuamos também como consultores, fazendo a ponte entre as inovações que vêm das startups e o que as empresas do agro realmente precisam. Nem sempre o casamento é perfeito e ajudamos nos ajustes,” disse Amorim.
O foco da Rural Ventures são startups early stage que atuam nos diferentes estágios da cadeia do agro: “antes da fazenda” (inclui os segmentos de fertilizantes, seguros e crédito, por exemplo), “dentro da fazenda” (sistemas de gestão, máquinas e equipamentos) e “depois da fazenda” (marketplaces e iniciativas ESG).
Uma das investidas da gestora é a Agroboard, que desenvolve sistemas de gestão de risco de commodities agrícolas. “Por incrível que pareça, muitas empresas grandes ainda usam Excel, o que gera atrasos e deficiências no monitoramento de riscos,” disse Rodrigues.
Outra é a umgrauemeio – uma referência à meta de limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5o.C. A empresa criou uma plataforma para detectar, prevenir e combater incêndios florestais.
Para ajudar a mapear e analisar os investimentos, a Rural tem um grupo de board observers formado por executivos do agronegócio, como Bruno Massera, o CFO da BRF em Dubai; e Louis Gourbin, diretor de trading de biocombustíveis da Ipiranga.