Depois de dois anos fracos para o setor de turismo, as viagens internacionais estão prontas para “um grande comeback” em 2023 – com o medo da covid diminuindo, o fim das restrições nas fronteiras, e o home office dando às pessoas flexibilidade para viagens longas.
Essa é a visão de vários especialistas ouvidos pela CNBC e de pesquisas de entidades do setor.
Um estudo da Destination Analytics, por exemplo, mostra que 31% dos americanos estão mais interessados em viagens internacionais do que domésticas no ano que vem – um aumento de seis pontos percentuais em relação à pesquisa feita em fevereiro e um nível recorde para o ano.
Outro estudo, da Hopper , mostra que 62% das pesquisas de voos feitas na primeira semana de dezembro foram para destinos fora dos Estados Unidos, em comparação a 55% no mesmo período do ano passado.
“Tem muita demanda reprimida para viagens,” uma especialista em viagens disse à CNBC. “Perdemos as viagens por dois ou três anos.”
A especialista diz que essa tendência, que tem sido chamada de “revenge travel”, está coincidindo agora com a reabertura das fronteiras de muitos países, o que tem estimulado mais ainda as viagens internacionais.
Hoje, turistas vacinados já podem acessar 197 países sem precisar fazer teste de covid ou quarentena. Outros 16 países estão abertos, mas demandam a testagem; enquanto apenas 12, incluindo China, Líbia e Iêmen, ainda estão fechados para vacinados.
Segundo a CNBC, a região que mais deve se beneficiar do retorno das viagens internacionais é a Ásia Pacífico, que inclui o Sul da Ásia, a Ásia Oriental e a Oceania.
“Você praticamente não pode falar de viagem sem que o Japão seja citado para 2023,” Erin Florio, o editor de viagens da Condé Nast, disse à CNBC. Segundo ele, a Austrália e a Nova Zelândia também têm despertado um interesse “massivo” dos turistas.
Segundo o estudo da Hopper, 27% das pesquisas de voo na primeira semana de dezembro foram para países da Ásia, com destaque para Tóquio, Bangkok e Vietnã. Há um ano, esse número era de 19%.
Apesar do crescimento expressivo do interesse pela Ásia, a Europa se manteve como o destino mais popular em termos do volume de pesquisas, com as cidades do Velho Continente respondendo por um terço de todas as buscas de voos.
A CNBC nota que nem tudo são flores para o setor, já que os preços das viagens têm subido substancialmente desde o início do ano. Para os americanos, o preço das passagens aéreas subiu 36% no período, enquanto o preço dos hotéis subiu 3%.
A perspectiva é que as viagens internacionais sejam mais caras no ano que vem – mas nem isso deve conter o ímpeto dos viajantes.
“A economia e os preços não estão impedindo as pessoas de viajar,” disse outro especialista. “As pessoas estavam presas em casa, elas querem voltar a sair, elas tem uma lista de coisas que elas querem experimentar e estão fazendo isso.”