Alpargatas – A ação da Alpargatas cai quase 16% no início da tarde depois de mais um trimestre fraco, com números consideravelmente abaixo do consenso. 

O lucro por ação veio em R$ 0,12, uma queda de 54% na comparação anual, enquanto o JP Morgan esperava R$ 0,27. 

“Na operação brasileira, a Alpargatas enfrentou outro trimestre de volumes em queda, impactados principalmente pela performance ruim dos supermercados, o que corrobora nossa tese de um mercado doméstico saturado,” escreveu o Bradesco. “Já os mercados internacionais foram negativamente impactados pelos EUA, por conta de mudanças em sua estratégia de mix de canais, afetando volumes e preços.”

Apesar do resultado ruim, o JP Morgan disse que continua vendo a empresa se movendo na direção certa para ajustar suas operações internacionais e extrair resultados melhores no médio prazo. 

“Isso, somado a uma marca mais saudável do que o esperado no Brasil, mesmo diante do fraco quarto tri, corrobora nossa visão construtiva sobre a empresa para o médio prazo,” escreveram os analistas.

O JP disse ainda que, com um múltiplo de 10x o lucro deste ano, a Alpargatas continua sendo ‘compra’. 

Porto Seguro – A ação da Porto Seguro ganha quase 6% hoje depois de um resultado que bateu o mercado e “confirmou nossas expectativas de uma grande melhora”, escreveu Eduardo Rosman, no BTG.

“O ritmo e a intensidade das melhoras acelerou, e esperamos mais nos próximos trimestres devido aos fortes aumentos de preços nos seguros auto e de uma inflação menor no preço dos carros usados,” diz o banco. 

Para Rosman, os resultados das outras subsidiárias também surpreenderam positivamente, e a diferença para as estimativas do mercado teria sido “ainda maior não fosse os resultados financeiros abaixo da média.”

Movida – O Citi rebaixou sua recomendação para a Movida de ‘compra’ para ‘neutro’ e reduziu seu preço-alvo da ação pela metade, de R$ 15 para R$ 7,25. O banco disse que a companhia continua bem posicionada no mercado de ‘rent a car’ (RAC) por ter uma frota mais nova — o que pode permitir tarifas maiores e riscos bem menores de renovação em comparação aos seus maiores competidores.

“No entanto, os riscos de uma queda nas tarifas diárias do RAC parecem estar se intensificando como resultado de uma atividade econômica mais fraca e de um mix menos premium na frota deste ano,” escreveu o Citi. 

Para o banco, a normalização das margens do segmento de seminovos para os níveis pré-pandemia está acontecendo mais rápido do que o esperado — e todos esses fatores somados podem levar a uma pressão na geração de caixa da Movida. 

Vale e Gerdau – O JP Morgan deu um downgrade na Vale e na Gerdau, citando as altas relevantes que as duas ações tiveram nos últimos meses (a Vale subiu 40% e a Gerdau 35%). 

“Acreditamos que haverá melhores pontos de entrada nessas ações em 2023 conforme a reabertura da China começar a ser um driver mais relevante para as commodities,” escreveram os analistas.

O JP reduziu seu alvo para a Vale para R$ 93, e o da Gerdau, para R$ 32,5. O banco disse que sua ordem de preferência no setor é Ternium, CSN, Vale, Gerdau e Usiminas.  

Na Vale, o banco acha que os resultados do primeiro tri e potenciais anúncios de dividendos podem impulsionar a ação no curto prazo. “Mas no médio prazo, achamos que o momentum do minério de ferro deve assumir o assento do piloto,” escreveram os analistas, prevendo uma correção nos preços. 

Gerdau cai 1,15%; a Vale, 1,3%.

Azul – O Santander aplaudiu os dados preliminares da Azul para o mês de janeiro.

O tráfego de passageiros consolidado (RPKs) aumentou 21,3%, para 3,3 milhões, enquanto a capacidade (ASK) subiu 23,5%, para 4 milhões. Isso resultou numa taxa de ocupação de 82,3%, uma queda de 1,5 ponto percentual na comparação anual. 

O banco viu os números como positivos “dada a gradual recuperação da demanda internacional, aliada a uma recuperação consistente do mercado doméstico, apesar da piora generalizada da taxa de ocupação total.”

Azul cai 2,8%.