A Lojas Renner recomprou 11,9 milhões de ações em fevereiro, o equivalente a R$ 226 milhões, ou pouco mais de 1,2% do capital da companhia. 

As recompras fazem parte de um programa de buyback iniciado em janeiro deste ano e que permite recomprar 15 milhões de ações até julho de 2024.

O tamanho da recompra chamou a atenção de investidores. Segundo uma fonte próxima à companhia, a Renner decidiu acelerar as recompras porque avaliou que o preço ficou atrativo depois de cair de R$ 31 em outubro para abaixo de R$ 20 em fevereiro. 

O preço do papel hoje é metade do valor em que a Renner fez seu follow-on em 2021, quando levantou R$ 4 bilhões a R$ 39 por ação.

A ação da Renner negocia hoje a 11,7x o lucro estimado para este ano, quase metade de seu múltiplo médio dos últimos 10 anos (20,6x). O múltiplo é também o menor da série histórica — abaixo até da crise do Governo Dilma.

A Renner também negocia com um desconto relevante em relação à Inditex, a dona da Zara, que está negociando a 20,7x seu lucro estimado para este ano, em linha com sua média histórica (21,5x). 

O programa de recompra atual vem depois da Renner já ter recomprado 18 milhões de ações no ano passado num programa que durou de janeiro a maio. Dessas 18 milhões de ações, a Renner cancelou 13 milhões no início deste ano.

Antes das recompras de fevereiro, a companhia tinha 9 milhões de ações em tesouraria. (A empresa mantém algumas ações para fazer frente a seus programas de stock options.)

As recompras de fevereiro são significativas, mas o caixa da companhia suporta com folga as transações. No final do ano passado, a Renner tinha R$ 3,5 bilhões em caixa para uma dívida bruta de R$ 2,5 bilhões. 

As 30 milhões de ações recompradas pela Renner desde o início do ano passado foram adquiridas a um preço médio de cerca de R$ 23. Em outras palavras: a Renner já desembolsou quase R$ 700 milhões em recompras no período. 

Tá aí o M&A que todo mundo esperava.