Uma pesquisa inédita da Vindi traçou o perfil de consumo de assinaturas por parte dos brasileiros — dos serviços preferidos ao ticket médio, passando pela pergunta de um milhão de cliques: quanto do orçamento familiar é gasto em compras recorrentes?

Algumas das nossas suspeitas foram confirmadas: mais da metade não sabe quanto gasta com assinaturas, planos e mensalidades. Pior ainda: muitos não sabem sequer quantos serviços pagam mensalmente. 

A pesquisa — que engloba os brasileiros ‘digitais’ (aqueles com conta bancária e acesso à internet) — identificou que um terço desse público gasta mais de R$ 300 por mês com serviços de assinatura.

Ano passado, a pandemia fez o “negócio de assinaturas” explodir. Na Vindi, atendemos mais de 6.000 empresas que têm receita recorrente e observamos uma transformação importante na chamada “economia da recorrência.” 

Games, mercado adulto (o bom e velho pornô), entretenimento, doações e até estética (!) foram os segmentos que mais cresceram, enquanto negócios como fitness (academias e estúdios) e educação presencial foram os mais afetados.

Abaixo, as principais descobertas da pesquisa e da análise de vendas da nossa plataforma. 

SaaS, Estética e ONGs foram destaque

Analisando os dados de 2020, quando mais de R$ 3 bilhões de volume em vendas foram processados na Vindi, identificamos que o setor de estética e beleza, especialmente das empresas que criam planos de tratamento, cresceu 129% em relação ao mesmo período de 2019. 

Nossa análise sinaliza que as pessoas deixaram de viajar, comprar veículos e outros itens, mas compensaram seus desejos de consumo investindo em tratamento pessoal e estética.

Outro grande destaque foram as doações: ONGs e associações cresceram 71% em relação a 2019. 

Conversando com algumas ONGs que atendemos, ficou claro que o sentimento de solidariedade das pessoas aumentou as doações recorrentes, alavancando o terceiro setor.

SaaS (softwares e apps), um segmento que já vinha forte desde 2017 na Vindi, cresceu 70% no ano passado. 

De modo geral, percebemos uma diferença importante no crescimento de negócios tradicionais X negócios recorrentes. Isso vale não apenas para o número de clientes, mas também para o número de transações realizadas. 

Os clientes da Vindi, que trabalham com recorrência em 100% do negócio, cresceram seu volume de vendas em 65% de 2019 para 2020, enquanto as empresas tradicionais (que não trabalham com assinaturas) cresceram o faturamento em apenas 28%. 

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70% gastam mais de R$ 100/mês em assinaturas

Com as pessoas passando mais tempo em casa, apps de entretenimento, jogos e streaming tiveram um período áureo de crescimento. 

Netflix, Spotify e a Disney atingiram, respectivamente, 200, 155 e 100 milhões de assinantes em 2020. 

Não é segredo que o Brasil está mais que no mapa dessas empresas. As grandes empresas de software, entretenimento e games sabem que o brasileiro, culturalmente, sabe consumir assinaturas. 

O pioneiro (e saudoso) Clube do Livro, os editores dos gibis de Maurício de Souza e a icônica Playboy provavelmente nunca imaginaram que um serviço de assinaturas poderia atrair milhões de “fregueses” no País. 

Até a Faria Lima descobriu a nova economia: 100% das casas de research e apps de gestão de investimento têm um modelo de cobrança recorrente.

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Nem tudo são flores

Recorrência não significa vender dormindo. Cerca de 60 milhões dos brasileiros não têm conta em banco e portanto não conseguem assinar um serviço digital de forma simples. 

Mas as perspectivas são boas: a pesquisa identificou que a confiança do consumidor vem aumentando, especialmente ao usar cartões de crédito na hora de pagar. (Ainda assim, o boleto aparece em boa parte dos serviços, um grande desafio para os empreendedores do setor, que precisam gerenciar a baixa conversão de boletos em negócios digitais.)

Outro dado interessante: 70% dos respondentes gastam mais de R$100 por mês, assinando revistas, streamings, softwares, aplicativos de dating, SaaS e games. Conta de água, luz e telefonia são os serviços mais pagos pelo brasileiro, respectivamente. 

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O sonho de muitos empreendedores — “ter uma receita automática” — exige ciências não exatas, como uma experiência do cliente acima da média, um bom produto, e uma conveniência evidente na distribuição. 

Quem conhece negócios digitais sabe o desafio que é ter essas disciplinas em excelência. 

A pesquisa está disponível gratuitamente para empreendedores, executivos e investidores. 

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Rodrigo Dantas é CEO da Vindi, operation partner do fundo Crescera e investidor anjo ativo na lab.capital.

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