Um dos dois está muito errado.

Dados da B3 mostram que o investidor institucional local tem sido um vendedor contumaz das ações brasileiras desde pelo menos fevereiro deste ano, enquanto o investidor estrangeiro tem sido comprador na mesma intensidade.

A boca de jacaré foi se abrindo cada vez mais ao longo do ano. Em 24 de dezembro, o fluxo de compra acumulado do ano dos investidores estrangeiros bateu em cerca de R$ 110 bilhões. Na outra ponta, o fluxo de venda dos institucionais locais atingiu exatamente a mesma magnitude. 

É comum a existência do ‘local bias’, em que investidores locais sempre acham que a situação do País é pior do que realmente é, enquanto os investidores estrangeiros operam mais com termos relativos, comparando os problemas do Brasil com os da Rússia, China etc.

Mas também é verdade que os locais tendem a trabalhar com informações mais precisas e conhecem melhor a política local e os formuladores de políticas públicas.

O grande risco mostrado pelos dados é se os gringos eventualmente se decepcionarem com o Governo Lula. Afinal, a compra dos gringos não fez com que a Bolsa subisse, só evitou que ela piorasse ainda mais.

Os números acima podem ser poluídos pelas arbitragens entre ações locais e ADRs e atividade de cash & carry, mas a tendência ainda assim é irrefutável.

 

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