Se os valores das empresas na Bovespa fossem fichas num jogo de tabuleiro, uma Ambev compraria hoje um Bradesco e uma Petrobrás. Ambev

A Ambev fechou o dia valendo 304 bilhões de reais.

O Bradesco, 156 bilhões.

E a Petrobras, 148 bilhões.

E até ontem, antes da alta de 9% da Petrobrás no pregão de hoje, a Ambev ainda tinha troco.

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Mais impressionante ainda, uma Ambev vale 6% a mais do que a soma de todas as 12 empresas estatais desta lista (todas juntas, elas valem 287 bilhões):

—Petrobras
—Banco do Brasil
—CEMIG
—Sabesp
—Eletrobras
—Copel
—TAESA
—CESP
—Banrisul
—Light
—Copasa
—Celesc

“Houve um movimento duplo: a Ambev seguiu crescendo e melhorando, enquanto as estatais perderam muito valor por causa de atitudes do Governo e da perda de valor das commodities, como o petróleo,” diz um gestor de ações.

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Numa comparação com o setor financeiro, uma Ambev vale 64% da soma dos valores de mercado do Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander (juntos, eles valem 471 bilhões).

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A Ambev nunca foi uma ação barata.

O mundo pode estar descobrindo a 3G Capital agora , mas há muitos anos os investidores entenderam o jeito que a empresa funciona — a obsessão por cortar custos, a forma como alinha os funcionários com bônus e pacotes de ações e a possibilidade de crescer dentro do grupo , além, claro, dos benefícios naturais que vêm com uma fatia de mercado de 67% em cervejas.

Por tudo isso, os investidores sempre tiveram que pagar ‘caro’ na hora de comprar a ação — que raramente tem correções dramáticas.

“Se você comprar Ambev, não faça as contas. Porque se você fizer, você não compra,” costuma dizer um gestor, no que virou uma espécie de ‘regra de ouro’ do investimento na cervejaria.

Só que o caro, com o tempo, acabou se mostrando consistentemente barato. Nos últimos cinco anos, a ação da Ambev se valorizou 25,7% ao ano.