6 de out, 2025
O papel do gás natural na transição energética e como o Brasil está – ou não – posicionado para capturar o momento foi um dos temas discutidos por Lino Cançado, CEO da Eneva, e Adriano Pires neste episódio de Power.
Lino conta como o setor corre atrás de duas décadas de atraso: “O gás passou de energético para combustível a partir de plantas de liquefação, o gás se tornou commodity. Mas como o Brasil partiu de um monopólio estatal, faz pouco tempo que esse mercado começou a se abrir.”
Principal produtora de gás natural onshore do Brasil, a Eneva criou o modelo Reservoir-to-Wire (R2W), com reservas conectadas a usinas termelétricas próprias, abastecendo o Sistema Interligado Nacional.
“O Brasil vai precisar de térmicas na base para dar confiabilidade ao sistema. E nós estamos prontos para entregar”, afirmou Lino, lembrando que o avanço das renováveis exige backup firme para evitar riscos de apagão.
Outro ponto em pauta foi o papel do gás no transporte pesado. Lino citou os projetos de caminhões a GNL e o chamado Corredor Verde, que substitui o diesel por gás natural liquefeito em rotas estratégicas do agronegócio e da mineração. “É uma solução imediata de descarbonização. O caminhão a gás é competitivo, silencioso e polui muito menos.”
O CEO também falou sobre o desafio político-regulatório. Ele vê avanços na agenda de descarbonização do governo, mas ressalta que ainda falta clareza sobre tarifas de transporte e a competitividade do gás frente ao diesel e à eletricidade.
Para Adriano Pires, a mensagem é clara: “Sem gás, não tem segurança energética. E sem segurança energética, não existe transição justa.”
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