19 de maio, 2025
O Nobel de economia Paul Krugman acredita que os aumentos de tarifas vistos nas últimas semanas podem ser o início de um movimento mais amplo. “A menos que haja uma completa reversão de política, os Estados Unidos serão mais protecionistas,” afirmou ele durante o evento “Brasil: 2026 é logo ali“, promovido pelo Brazil Journal e pelo PlatôBR.
Krugman afirmou ainda que as mudanças nas tarifas são uma “clara violação de acordos comerciais”. A consequência, acrescentou, “é que esses acordos não serão mais vistos como contratos, mas como sugestões”. Ele disse ainda que elevações de tarifas não geram necessariamente uma recessão. Mas essa pode ser a consequência nos EUA em razão da incerteza sobre a política comercial, o que atrasa decisões de investimento.
Krugman também analisou os impactos das tarifas mais altas em diferentes mercados. Para o Brasil, afirmou, os efeitos devem ser o limitados já que a economia é “insular” e as exportações, concentradas em commodities. “Poucos países estão tão isolados relativamente do que está acontecendo nos EUA.” O Brasil teria problemas se a “ordem mundial desabasse”, com uma escalada protecionista em diferentes países. “Não é o que estamos vendo até agora,” disse. “O resto do mundo vem tentando encontrar maneiras de manter o sistema de comércio global funcionando sem os Estados Unidos.”
O evento “Brasil: 2026 é logo ali” aconteceu no dia 14 de maio em Nova York e teve mais três painéis, com debates sobre economia e política. Entre os palestrantes, estavam Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Lutz, chairman do grupo Ultra, Rubens Ometto, controlador da Cosan, o ministro Renan Filho e os governadores Cláudio Castro, Eduardo Leite e Raquel Lyra. Os vídeos de todos os painéis serão publicados nos próximos dias.