12 de jan, 2023
Na sequência dos ataques terroristas em Brasília neste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ganhar apoio político no início mandato. Mas esse ganho terá vida curta, na avaliação do cientista político Christopher Garman, diretor-executivo para Américas da consultoria Eurasia. “Temos uma base conservadora que saiu dessa eleição com eleitores achando que foi roubada. São pessoas que acreditam que o establishment trabalhou para eleger Lula,” afirma Garman. “Esse é o pano de fundo do que vimos no domingo.” Para Garman, o ciclo investigativo, dependendo de como evoluir, poderá inflamar as reações dessa oposição radicalizada. O analista diz ainda que vivemos uma “era de governantes fracos”, um fenômeno visto em outros países da América Latina, com os governantes recém-eleitos tendo períodos curtos de lua de mel e lidando com a insatisfação de uma classe média frustrada. “Nesse ambiente, será particularmente importante para o governo Lula oferecer uma saída mais promissora pelo crescimento econômico.” Na sua visão, o governo depende desse crescimento para “apaziguar os ânimos e aliviar as tensões sociais”.