30 de set, 2024
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) quer promover a revisão técnica dos planos individuais para estimular que as operadoras voltem a ofertar o produto. Com 8 milhões de beneficiários e representado 15% do mercado, os planos individuais tiveram reajuste anual de 6,91%, para o período de maio de 2024 a abril de 2025, autorizado pela ANS. O restante do mercado é composto por planos coletivos e seus reajustes não são determinados pela agência reguladora.
“As operadoras não têm apetite para vender esse produto. Precisamos estimular o mercado para que isso aconteça,” disse Paulo Rebello, diretor-presidente da ANS, na segunda edição do evento Saúde não tem preço. Mas tem custo, feito pelo Brazil Journal no último dia 26 em São Paulo. Este tema e outros em revisão serão levados para uma audiência pública promovida pela agência, marcada para 7 de outubro.
“O plano individual é vítima de seu próprio sucesso. Tem pouca reclamação e a judicialização é quase nenhuma, porque ele é um sucesso regulatório,” diz Ana Carolina Navarrete, consultora do Idec e conselheira do Conselho Nacional de Saúde. Para Gustavo Ribeiro, presidente da Associação Brasileira dos Planos de Saúde, não há espaço para acabar com o plano individual, assim como não dá para regular tudo. “Existem mecânicas de revisão que estão previstas na lei. É preciso encontrar uma mediana.”
Em outro painel do evento, José Seripieri Filho, presidente da Amil, afirmou que os planos individuais não são um sucesso. Se fossem, “estariam na rua”. O evento Saúde não tem preço. Mas tem custo teve quatro painéis, com temas como modelos de negócio do setor, inteligência artificial e gestão em saúde. O evento também contou com a participação de Jeane Tsutsui, CEO do Fleury, Sidney Klajner, presidente do Einstein, Daniel Pereira, diretor da Anvisa, Antônio Britto, diretor da Anahp, e outros grandes nomes do mercado de saúde. Os vídeos de todos os painéis estarão disponíveis no site do Brazil Journal até amanhã.