31 de jan, 2023
O histórico petista no comando da economia não indica que haverá corte de despesas. Neste governo, o equilíbrio das contas públicas será buscado por meio do aumento de impostos. Essa é a visão do economista Carlos Kawall, sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro. “Mais cedo ou mais tarde, de forma mais ou menos dolorosa, o aumento da carga tributária está contratado”, afirma. “Se pensarmos no DNA do PT e de Lula, nunca houve redução de gastos. Pelo contrário. Vão trilhar o caminho da receita.”
Para o economista, é positivo o objetivo do novo secretário do Tesouro, Rogério Ceron, de buscar a recuperação do grau de investimento até 2026, embora a chance de isso ocorrer dentro desse prazo seja “próxima de zero”. “Teria que ocorrer um upgrade por ano, algo improvável”, diz Kawall. “Começamos 2023 em trajetória errada e deveremos encerrar o ano com aumento da dívida pública.”
Ainda de acordo com Kawall, a desancoragem nas expectativas de inflação reflete a percepção do mercado de que existe uma “grande chance” de haver alteração na meta de inflação. Isso, ao lado do risco fiscal, explica a esticada nos juros.