A Petz reportou um resultado elogiado pelo sellside – mas o papel ainda assim foi massacrado num mercado cada vez mais difícil.
A ação caiu 12,7% e fechou na mínima histórica – pela primeira vez abaixo do preço do IPO – com um volume de 3x a média diária. A Petz agora vale R$ 6,1 bi na Bolsa.
Analistas e investidores passaram o dia buscando explicação para a queda dramática, e a primeira suspeita recaiu sobre a margem EBITDA, que encolheu de 8,1% no primeiro tri do ano passado para 7,0% este ano em função do resultado da Zee.Dog, que deu prejuízo.
Sem a Zee.Dog, a margem EBITDA teria sido 7,9%. A Petz está ainda nos estágios iniciais de integração da companhia e espera que as sinergias comecem a aparecer no segundo trimestre.
Um gestor lembrou que a companhia havia dito no IPO que sua margem EBITDA melhoraria com a maturação das lojas, e que a Petz não está entregando isso.
Mas uma pessoa próxima à empresa reagiu: “No IPO, o digital era 7-5% da receita, o que era muito pouco. Hoje é 30% do faturamento e, como o digital tem uma margem ligeiramente mais baixa, isso impacta a margem consolidada. Mas o retorno marginal das lojas maduras continua forte, uma margem EBITDA por loja de 20%.”
Outras explicações possíveis para a queda incluem um movimento técnico (com hedge funds locais vendendo) e uma redução exposição ao varejo, com o mercado preocupado com o aumento da inflação e os juros mais altos.
“Eu acho que foi uma questão de múltiplo,” disse um gestor que não tem o papel. “Com a Petz negociando a 40-50 vezes lucro, quando o resultado não vem estourando o pessoal vende mesmo. E ninguém tem dinheiro novo pra comprar. Quem vem operando o mercado é gringo e, nos eventos como resultado trimestral, os fundos de long-short ou quantitativos.”
A Arezzo&Co, que reportou um resultado forte hoje, também viu seu papel cair 3,3%.
Depois da queda de hoje, a ação da Petz negocia a 43x o lucro estimado deste ano, e 33,3x para o ano que vem.