O UBS BB está elevando sua projeção para a Selic no fim do ano de 12,5% para 13,75% por conta da expectativa de alta da inflação após a invasão da Ucrânia.

Alexandre de Ázara, o economista-chefe do banco, diz que a alta recente das commodities vai perdurar por um tempo ainda indefinido, mas suficiente para gerar um choque na previsão de inflação.

O minério de ferro já subiu 20%; milho e soja, outros 25% e o trigo, 55%.

“Ainda que a questão entre Ucrânia e Rússia se resolvesse nos próximos dias, a percepção é que as sanções impostas à Rússia vão perdurar por meses. E isso deverá continuar sustentando o preço das commodites,” disse Alexandre.

Por conta desse impacto, o economista projeta que a inflação medida pelo IPCA ficará em 5,7% este ano – um aumento de 1,2 ponto em relação à estimativa anterior.

A perspectiva de inflação mais alta no longo prazo também aumenta a previsão para a inércia em 2023 e, nesse quadro, Alexandre acredita que o Banco Central não poderá iniciar um ciclo de desaceleração da alta dos juros brasileiros, como havia sinalizado na última reunião do Copom. Para ele, essa mudança de rota será necessária para evitar que as expectativas de inflação para o ano que vem fiquem fora do controle.

O UBS BB agora espera novos aumentos de 1,5 ponto percentual nas reuniões do Copom de 16 de março e 4 de maio – antes o economista esperava alta de 1 ponto semana que vem e 0,75 ponto em maio.

Outros três bancos já alteraram suas previsões para a Selic: o Bank of America elevou a projeção de 12,25% para 13,25%; o BNP Paribas alterou de 12,25% para 13,25%; e o Bradesco, de 11,75% para 12,75%.

No último Relatório Focus, de 7 de março, a mediana das estimativas para o IPCA estavam em 5,65% e a projeção para a Selic em 2022 era de 12,25%.