Um banqueiro do Credit Suisse com mais de 30 anos de carreira recentemente perdeu o emprego depois que a SEC encontrou “mensagens não autorizadas” com clientes em seu Whatsapp pessoal.

Tentando coibir práticas como insider trading, a agência pediu a diversos bancos que entregassem os celulares pessoais de mais de 100 funcionários em posições-chave – de traders a banqueiros de investimento.

O episódio está fazendo os departamentos de compliance dos bancos repensar a forma como os bankers usam os aplicativos de mensagem.

Agora, alguns bancos de Wall Street estão pedindo a funcionários para instalar em seus celulares o Movius – um sistema que rastreia e monitora todas as ligações e mensagens de trabalho trocadas pelos funcionários em apps como Whatsapp e nas redes sociais.

Obviamente, a medida não está agradando, trazendo a discussão sobre onde termina o direito de vigilância dos bancos e onde começa a privacidade dos bankers.

Uma executiva de private banking de um grande banco americano disse ao Business Insider que se sentiu “desconfortável” quando seu empregador pediu que ela baixasse o app em seu celular pessoal. 

Ela só cedeu depois de receber diversos pedidos de seu chefe e ser avisada que, caso não cumprisse o pedido, seria adicionada a uma lista de funcionários “que não estão em conformidade.”

Outro profissional do mercado usou o Reddit para desabafar sobre a situação. “Isso está nos nossos telefones pessoais. Estou muito desconfortável com isso, já que me parece uma grande violação de privacidade, mas não conheço o suficiente sobre o serviço para entender se isso é justificado.”

A Movius diz que seu sistema não fere a privacidade, e que rastreia apenas as conversas de trabalho.

Basicamente, o aplicativo cria um número de trabalho no celular da pessoa, que será usado para fazer as ligações relacionadas ao trabalho e criar uma conta profissional no Whatsapp.

O CEO do Movius, Ananth Siva, disse ao Insider que o aplicativo funciona como se o usuário estivesse abrindo um navegador da internet com duas abas ao mesmo tempo: uma tem acesso a um site ou plataforma interna da companhia, enquanto a outra está aberta em qualquer outro site não relacionada ao trabalho. Os dados armazenados em cada uma das abas ficam segregados.

“Existe uma muralha ética. A persona do trabalho e da vida pessoal estão totalmente separadas, mas fisicamente residem no mesmo device, permitindo que o funcionário não tenha que carregar dois celulares,” disse ele. 

O CEO garante que a Movius só captura dados de comunicações feitas por SMS, Whatsapp ou ligações usando o número de trabalho.

Se a moda pega no Brasil…