Veterano de veículos como Veja, Estadão, Correio Braziliense e O Globo, o jornalista Rodrigo Rangel está empreendendo pela primeira vez, lançando um novo site para cobrir Brasília que tem o americano Politico como benchmark.
Rangel — que tem na bagagem três prêmios Esso e reportagens recentes que derrubaram o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães — acaba de colocar no ar o PlatôBR, que fará uma cobertura dos três poderes focada em furos, matérias exclusivas e análise.
“Nossa ideia é fugir do ‘jornalismo commodity’ da cobertura de poder. Não vamos fazer jornalismo declaratório, as coletivas de imprensa… Se for importante, vamos buscar um novo ângulo e os bastidores daquilo,” Rangel disse ao Brazil Journal.
O Platô está começando com uma equipe de quatro jornalistas veteranos.
Além de Rangel, a equipe inclui Sheila D’Amorim, que já trabalhou na Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo e ficará responsável pela cobertura de macroeconomia; Gilberto Nascimento, um ex-IstoÉ, O Globo e Estadão que vai cobrir o Planalto e a Esplanada dos Ministérios; e Leonardo Fuhrmann, que trabalhou na Folha e vai focar no Judiciário.
A receita do PlatôBR virá 100% de publicidade e de eventos para discutir temas do Poder. Segundo Rangel, a ideia não é trabalhar com assinaturas.
O PlatôBR está entrando num mercado onde a competição é brutal, com uma cobertura extensa tanto de veículos tradicionais quanto da nova mídia.
Uma das estratégias do PlatôBR para ganhar escala na largada é uma parceria de syndication com veículos como o Brazil Journal, o Correio Braziliense, o Estado de Minas, e os portais IstoÉ e Uai.
Esses veículos poderão republicar todas as matérias do PlatôBR, direcionando um tráfego relevante para o novo site.
Para se ter uma ideia, a audiência somada desses veículos é de 70 milhões de usuários únicos por mês e 220 milhões de visualizações. Nas redes sociais, os cinco veículos têm mais de 20 milhões de seguidores.
O PlatôBR pretende ainda buscar parcerias com outros veículos regionais, ampliando seu alcance.
O PlatôBR chega ao mercado em um momento político “desafiador para todos,” disse Rangel. “O Governo está sendo desafiado, politicamente e economicamente; os veículos de comunicação estão sendo desafiados sobre a melhor forma de cobrir o Governo depois dos anos Bolsonaro; e a oposição está em busca de caminhos, vendo surgir dentro dela novos eixos de poder que também são desafiadores.”
Neste contexto, Rangel diz que o papel da imprensa é continuar fiscalizando quem quer que esteja no Governo, independente das consequências.
“Pretendemos fazer isso, e da forma correta, dando espaço para todos, ouvindo todos os lados e apurando com todo o cuidado necessário.”