A taxa de juros média dos novos financiamentos imobiliários nos EUA alcançou 7,1%, o mais elevado custo financeiro para os contratos desde 2002.
Há um ano, os juros das hipotecas de 30 anos estavam em 5,1% e, no início da pandemia, chegaram a ficar abaixo de 3%, gerando um boom nas vendas de casas.
Agora, entretanto, o aumento no custo do crédito somado à alta no valor das residências está travando o mercado imobiliário americano. Quem comprou com os juros baixos reluta em vender agora – o que significaria dizer adeus a uma taxa que não se encontra mais.
Isso restringe a oferta de imóveis e mantém os preços nas alturas em boa parte das regiões.
O mercado imobiliário residencial é um dos mais sensíveis ao ciclo de aperto monetário do Federal Reserve em sua ação de combate à inflação. Os juros dos contratos imobiliários estão sendo impactados pela esticada nos yields dos Treasuries de 10 anos, que fecharam hoje em 4,31%, o maior patamar desde 2008.
Em junho, o dado mais recente, a venda de casas usadas desmoronou 19%, de acordo com National Association of Realtors.
O valor mediano dos imóveis negociados foi de US$ 410.200, o segundo maior desde que a associação passou a acompanhar os números, em 1999, e apenas ligeiramente abaixo do pico registrado há um ano (US$ 413.800).
O atual momento é tido como o mais adverso em muitos e muitos anos para a aquisição de uma casa nos EUA. Os pedidos de financiamentos imobiliários estão próximos dos menores patamares da história, de acordo com a Mortgage Bankers Association.
Em uma simulação feita pelo Wall Street Journal, com juros de 4% um comprador pagaria US$ 290 mil em juros num financiamento de 30 anos, considerando uma casa de US$ 500 mil e uma entrada de 20%. Com uma taxa de 7%, o gasto com juros sobe para US$ 560 mil.