Depois do rali da Petrobras, que já subiu 70% desde meados de maio, alguns gestores acham que o etanol é o próximo setor da Bolsa que poderá se beneficiar de uma vitória eleitoral da oposição.
As duas principais empresas do setor — Cosan e São Martinho — têm muito a ganhar quando o preço da gasolina for reajustado e se o próximo governo praticar o que os economistas chamam de “realismo tarifário”.
No caso da eleição de Marina Silva, o potencial de alta poderia ser ainda maior, tendo em vista o histórico da candidata na agenda de sustentabilidade e a importância que ela atribui a combustíveis alternativos.
Mas, mesmo na hipótese de reeleição da Presidente Dilma Rousseff (cada vez mais improvável a se julgar pelas pesquisas que circulavam ontem entre os bancos), ainda assim o represamento de preços parece ter seus dias contados, por ser insustentável para o balanço da Petrobras.
Isso reforça entre alguns gestores a percepção de que há mais a ganhar do que perder com as ações do setor.
Dados do Itaú BBA mostram que, de 64 grupos analisados no fim de 2013, 39 operam com déficit e outros 22 precisam de uma venda ou fusão para continuar operando.
O assessor econômico de Aécio Neves, Mansueto de Almeida, tem dito em suas palestras: “Em 2008, o Lula usou o etanol como exemplo de campeão nacional — e depois congelou o preço da gasolina, sufocando o setor sucroalcooleiro. Se o Rubens Ometto da Cosan tivesse acreditado no Lula, ele estaria quebrado. Mas ele não acreditou e diversificou a Cosan, e hoje está aí.”