Com a ação da Vibra subindo mais de 40% desde a mínima em 2 de maio – e o papel subindo em 12 dos últimos 14 pregões – o Bradesco BBI acha que o mercado pode estar se posicionando para uma eventual compra de participação da Petrobras e Previ na companhia.
Num relatório para clientes, o banco cita relatos de que o Governo teria pedido à Petrobras e à Previ para se juntarem e montarem uma posição na distribuidora de combustíveis.
O banco nota que o estatuto da Vibra tem um ‘poison pill’ que obriga qualquer investidor que atingir 25% do capital a fazer uma oferta por toda a empresa na cotação mais alta da ação nos últimos 18 meses com um prêmio de 15%.
Hoje, isso significaria pagar R$ 28 por ação, 60% acima do preço que a empresa negocia hoje na Bolsa.
Para não disparar o poison pill – e evitar ter que fazer um cheque de R$ 32 bilhões pela companhia inteira – o Bradesco diz que há dois caminhos possíveis: a Petrobras e a Previ poderiam comprar 24,99% do capital juntas, ou cada uma comprar 24,99%, tornando-se controladores da empresa.
“Há diversas interpretações sobre se a segunda opção iria desencadear o direito de tag-along ou não, e o desfecho dependeria de a Previ ser considerada ou não parte do mesmo grupo econômico que o governo,” escreveu o banco.
“Ainda que a Previ vote separadamente do governo em outras empresas como a Eletrobras, algumas interpretações legais argumentam que ela pertence ao mesmo grupo econômico.”
O Bradesco também antevê uma disputa jurídica dos minoritários para garantir o direito de tag along. “Seria mais fácil para o governo comprar a companhia inteira em vez de entrar numa batalha legal complicada.”
O banco nota ainda que, em qualquer destes dois cenários, haveria uma pressão compradora muito forte no papel – a menos que a compra seja feita por meio de um block trade a um preço pré-determinado.
Os maiores acionistas da Vibra são o investidor Ronaldo Cezar Coelho e a Dynamo, que têm um acordo de acionistas que soma 15% do capital.