Larry Gagosian, o maior art dealer do mundo e fundador da rede de galerias que leva seu nome, deu início a um processo organizado para perenizar seu império, mas está evitando a palavra “sucessão” – por enquanto.

O empresário, que não tem herdeiros, revelou esta semana ao Wall Street Journal que criou um conselho de administração no final do ano passado.

O grupo, bastante diverso, inclui executivos do cinema, do mercado de luxo, da televisão e também do setor imobiliário.

Estão no board Delphine Arnault, conselheira da LVMH e da Ferrari e filha de Bernard Arnault, a cineasta Sofia Coppola e Evan Spiegel, o fundador do Snapchat.

Ao todo, são 11 membros externos e outros oito que fazem parte do time de executivos da Gagosian, incluindo os diretores das algumas de suas 19 filiais espalhadas pelo mundo, além do próprio Larry.

A Gagosian é uma empresa de capital fechado, mas estima-se que fature algo na ordem de US$ 1 bilhão por ano representando nomes como Cy Twombly, Damien Hirst, Anselm Kiefer e Richard Prince.

“Meu objetivo ao formar um conselho é elevar o sarrafo no que tange ao pensamento estratégico e visão para futuro,” Larry disse ao WSJ.

A notícia da formação do conselho vem depois de boatos de que a LVMH estaria comprando a Gagosian.  “Ele não tem herdeiros.  Vai vender e pegar dinheiro para quê?  Pra deixar para quem?” disse ao Brazil Journal um marchand que conhece Larry.

A galeria já negou esse boato – mas uma versão mais crível, já reportada em revistas especializadas, dá conta de que a LVMH abriu uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para a Gagosian, que Larry pretende usar para fazer aquisições estratégicas. A primeira compra usando essa linha teria sido um retrato de Marilyn Monroe feito por Andy Warhol, pelo qual a Gagosian pagou um preço recorde de US$ 195 milhões em maio.

Nascido em Los Angeles e hoje com 77 anos, Larry Gagosian era gerente de um estacionamento em 1979 quando viu um cara vendendo pôsteres na área.

Resolveu tentar.  “Comecei a comprar pôsteres mais caros. E em vez de vender algo por US$ 15, eu colocava a moldura e vendia por US$ 50 ou US$ 100,” Larry disse certa vez ao WSJ.

Logo em seguida, abriu uma loja de molduras e começou a vender obras mais caras para jovens colecionadores, como David Geffen, que mais tarde se tornaria um ícone de Hollywood e ainda é seu cliente e amigo.

Quatro décadas depois, Larry diz que não pensa em se aposentar tão cedo. “Ainda estou trabalhando duro, no mesmo ritmo, mas quero que a minha galeria continue indefinidamente, e esse conselho vai lhe dar mais alcance e uma outra dimensão profissional.”

Larry está namorando Anna Weyant, uma artista canadense – hoje com 27 anos – descoberta no Instagram três anos atrás.

Anna pinta meninas vulneráveis e mulheres encrenqueiras, e está com Larry há cerca de um ano e meio.  Em maio, a Gagosian passou a representá-la.

Naquele mesmo mês, as três maiores casas de leilão venderam Anna num novo patamar: pinturas que antes vendiam por dezenas de milhares de dólares saíram por cerca de US$ 1,5 milhão.

Larry hasn’t lost his touch.

Gagosian Board of Directors

Integrantes externos

Delphine Arnault – LVMH
Laurent Asscher – investidor e colecionador
Bill Bell Jr. – produtor de TV
Francesco Bonami – curador da Bienal de Veneza
Valentino Carlotti – BBH
Sofia Coppola – cineasta
Matthew S. Dontzin – Dontzin Nagy & Fleissig
J. Tomilson Hill – Two Sigma
Dasha Zhukova Niarchos – colecionadora de arte
Jenny Saville – artista plástica
Evan Spiegel – Snapchat

Integrantes internos

Larry Gagosian
Andrew Fabricant – chief operating officer
Serena Cattaneo Adorno – diretor sênior, Paris
Alison McDonald – chief creative officer
Stefan Ratibor – diretor sênior, Londres
Nick Simunovic – diretor sênior, Hong Kong
Kara Vander Weg – diretora sênior, Nova York
Millicent Wilner – diretora sênior, Londres