O Nubank ultrapassou o Itaú Unibanco em valor de mercado, tornando-se o banco mais valioso da América Latina.
O marco foi atingido com a alta de 3,8% de hoje, que catapultou o valor de mercado do banco digital para US$ 58,2 bilhões, ou R$ 296 bilhões ao câmbio de hoje.
O Itaú fechou valendo R$ 288 bilhões na B3, ou US$ 56 bilhões, segundo dados da Bloomberg. Para efeito de comparação, o Bradesco vale R$ 130 bilhões, e o Santander Brasil, R$ 105 bi.
O fenômeno já havia acontecido antes: o Nubank havia ultrapassado o valor de mercado do Itaú logo após seu IPO no início de 2022 – mas o papel despencou na sequência, e demorou dois anos e meio para fechar o gap.
Com a alta de hoje, o Nubank também se torna a segunda empresa brasileira mais valiosa, atrás apenas da Petrobras, que vale perto de R$ 500 bilhões.
Mas a B3 se beneficia quase nada: quase 100% da liquidez do papel está em Nova York, onde o Nubank faz parte da carteira de investidores de ‘growth equity’, além de investidores de ‘value’ como a Berkshire Hathaway, que tem 2,5% do capital da companhia.
O fundador David Vélez é o maior acionista da companhia, com 22% do capital, seguido do Sequoia, o gigante do venture capital americano que participou de todas as rodadas do Nubank e hoje tem 5% da empresa.
A ultrapassagem do Itaú tem um simbolismo forte: ela mostra como o banco digital do cartão roxo conseguiu ‘disruptar’ em poucos anos uma indústria que parecia fadada à baixa concorrência. O Nubank foi fundado há apenas 11 anos por Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible, que começaram o negócio numa pequena casa no bairro do Brooklin.
O rali recente do papel — uma alta de 80% nos últimos 12 meses — tem a ver com os resultados do banco, que depois de anos queimando caixa passou a entregar lucros consistentes e crescentes.
No primeiro tri deste ano, o Nubank entregou um ROE de 23%, superior ao do Itaú (21,9%).
No começo deste mês, o Nubank também atingiu a marca de 100 milhões de clientes, 92 milhões no Brasil e o restante no México e na Colômbia.
Para efeito de comparação, o Itaú tem perto de 100 milhões de clientes no Brasil, e o Bradesco, 104 milhões.