Duas coisas que alguns investidores brasileiros adoram: Miami e ganhar dinheiro com o mercado imobiliário.
Foi para atender esse público que a CIX Capital – uma gestora que tem a família Zogbi como sócia majoritária – está investindo U$ 60 milhões na incorporação de um edifício em Miami, o Rooftop @Brickell, na Coral Way, a cinco quadras do centro financeiro da cidade.
O projeto é um residencial multifamily, em que todas as unidades são para aluguel, com foco no investidor brasileiro. O edifício terá 120 unidades e deve ficar pronto em 2026.
Do valor do empreendimento, 60% já foram captados, e boa parte foi aportada pelos sócios da CIX, fundada originalmente como Zogbi Mauá, uma joint venture entre a Mauá Capital (hoje parte da Jive) e o grupo Maiz, a holding da família Zogbi criada após a venda do Banco Zogbi para o Bradesco. Hoje, o Maiz é dono de 85% da gestora.
Agora, a CIX vai iniciar um roadshow para captar novos investidores para o projeto. O tíquete inicial é de US$ 250 mil.
“Miami deixou de ser uma cidade de veraneio ou para estrangeiros. Ela se tornou uma cidade-âncora no mercado imobiliário americano, com uma vacância baixa de 5%,” disse Carlos Balthazar, o CEO e sócio da gestora. “Hoje os aluguéis em Miami estão 50% mais caros do que há um ano.”
Com R$ 3 bilhões sob gestão, a CIX já participou em 120 empreendimentos residenciais e comerciais nos Estados Unidos, como shoppings e clínicas médicas. A CIX costumava ter entre 30% e 90% do investimento total e se associava a parceiros locais.
Mas esta é a primeira vez que a gestora participa de todas as fases de um empreendimento imobiliário no mercado americano, onde atua há dez anos.
No edifício da Brickell, a concepção, criação e aprovação do projeto junto à Prefeitura de Miami foram feitas pela empresa brasileira. Agora, a CIX está escolhendo a empreiteira que vai subir o edifício.
O imóvel mira atender jovens executivos que trabalham em grandes empresas e instituições financeiras e precisam de moradias de alto padrão. Recentemente, a CIX entregou um edifício de perfil semelhante com 49 apartamentos para locação em Nova York, entre a Quinta Avenida e a Madison.
Hoje a gestora tem cinco produtos estruturados ativos que abrigam os investimentos em 2.132 unidades na Flórida, Nova York, Califórnia e Texas – incluindo bonds e fundos que têm equity e dívida na carteira. No residencial de Miami, a expectativa é de uma rentabilidade média de 10% a 15% ao ano, com pagamentos trimestrais.
Uma vez que o empreendimento estiver estabilizado, com o fluxo de locação consolidado (o que costuma levar alguns anos), ele será vendido a investidores institucionais.
Outra oportunidade que a CIX vem explorando nos EUA são as residências para baixa renda. Em Los Angeles e San Diego, a gestora financia o período de pré-incorporação de ativos imobiliários de cunho social, uma espécie de empréstimo-ponte até o incorporador receber os créditos fiscais do governo da Califórnia. Nesse modelo, o aluguel de um apartamento custa metade do preço.
Além dos investimentos no mercado americano, que representam dois terços do volume gerido pela CIX, a gestora opera no Brasil por meio de FIIs e CRIs em projetos imobiliários em São Paulo e Manaus.