As bolsas americanas tiveram uma quarta-feira sombria, fechando no ponto mais baixo do ano – mas alguns analistas acham que o pior ainda está por vir.

Para o Piper Sandler, um banco de investimentos americano, o mercado acionário deve continuar em queda pelo menos até 2023.

O analista Michael Kantrowitz disse ter “uma tonelada de convicção” de que o low da bolsa virá apenas no próximo ano, segundo um relatório do banco obtido pela CNBC.

Na mesma linha, o Morgan Stanley prevê que o S&P 500 cairá para o intervalo entre 3.700 e 3.800 pontos nos próximos meses e estará em torno de 3.900 pontos daqui a um ano – pouco abaixo dos 3.935 pontos do fechamento de hoje.

O motivo do pessimismo são as dúvidas sobre o que será da economia americana – e dos resultados das empresas – em meio ao aumento dos juros.

Kantrowitz lembra que tradicionalmente existe um delay entre o aumento das taxas e seus efeitos em índices de atividade como os PMIs. Para ele, esses índices não devem bater seu ponto mais baixo até a metade de 2023.

Nesse meio-tempo, o mercado vai especular se o Federal Reserve está acertando ou errando a mão, e essa incerteza vai deixar as bolsas voláteis, com viés de baixa.

“Uma das marcas registradas desse ciclo deve ser a elevada incerteza sobre a economia e os resultados das empresas”, disse o Morgan Stanley, segundo a CNBC.

As ações de tecnologia estão entre as maiores quedas das bolsas no ano, e a Apple perdeu hoje o posto de maior empresa de capital aberto do mundo.  O papel caiu 5%, reduzindo o valor de mercado da empresa para US$ 2,37 trilhões.  Agora a maior companhia listada é a Saudi Aramco, com um valor de mercado de US$ 2,43 bilhões.