As vendas da Restoque — dona das marcas Le Lis Blanc, Dudalina, John John, Bo.Bô e Rosa Chá — caíram cerca de 17% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
O número — a ser divulgado no mês que vem — aumenta a pressão por uma melhor execução na Restoque num momento em que a empresa está trocando de comando.
A ação da Restoque caiu 7% na segunda-feira com rumores de que a companhia faria um aumento de capital.
Esta necessidade de caixa não parece estar no horizonte ainda, mas os investidores se preocupam com o alto endividamento da empresa num cenário de queda dramática nas vendas. Por enquanto, a Restoque tem conseguido refinanciar suas dívidas e ficar abaixo de seu limite de endividamento estabelecido com os bancos.
Os últimos 12 meses foram de excepcional volatilidade na vida da empresa.
Em outubro do ano passado, a Restoque anunciou que estava comprando a Dudalina, uma união abençoada pelos fundos de private equity Warburg Pincus e Advent (acionistas da Dudalina) e Artésia (que controlava a Restoque antes da fusão).
No fim de maio, a empresa contratou Claudio Roberto Ely, o respeitado ex-CEO da Drogasil, como seu novo presidente. Tudo levava a crer que Ely estava embarcando num projeto de dois ou três anos, que incluía fazer a integração das duas empresas e melhorar a execução.
Mas apenas quatro meses depois, a Restoque anunciou Paulo José Marques Soares, que nos últimos cinco anos foi diretor de operações das Lojas Renner, como seu novo diretor-geral de operações, e com um plano para torná-lo CEO no curto prazo.
Fontes atribuem a saída de Ely à dificuldade de costurar um consenso sobre a estratégia da empresa.