A operação pela qual o Itaú Unibanco vai se tornar controlador do CorpBanca, um dos maiores bancos de varejo do Chile, passou por um problema de ’telefone sem fio’ nas últimas horas.
Ontem de manhã, o CorpBanca soltou um Fato Relevante corrigindo em alguns pontos decimais a participação que o CorpGroup, do empresário Álvaro Saieh, terá no CorpBanca uma vez que a fusão se concretize.
Em vez dos 32,92% originais, o grupo de Saieh terá 33,13% quando a fusão for concluída. (Alguém no CorpGroup havia errado a conta.)
Com a alteração, a soma das participações de Saieh e do Itaú no CorpBanca passou para 66,71%, ultrapassando, portanto, dois terços do capital da empresa.
Este é o patamar que, pela lei chilena, dispara a necessidade de uma oferta pública aos acionistas minoritários.
Desde ontem, a imprensa chilena especula sobre a necessidade desta OPA, e diz até que a Superintendência de Bancos e Instituições Financeiras (SBIF) estaria analisando o caso.
Mas, de acordo com o Itaú, a lei (no. 18.045) só prevê a necessidade de OPA se a empresa estiver sendo comprada, o que não é o caso do CorpBanca, que está sendo fundida com o Banco Itaú Chile.
Ou seja: para o Itaú, nada muda na operação.
A fusão foi anunciada em janeiro de 2014, e ainda aguarda aprovação dos acionistas das duas empresas em assembleias que devem acontecer no final deste mês.
O novo banco, Itaú CorpBanca, terá US$45 bilhões em ativos e uma carteira de crédito de US$34 bilhões.