Os preços estão cada vez mais caros, e as filas, cada vez mais longas — dependendo do dia, nem o FastPass dá mais conta.

Os parques passaram a ser coisa séria para a Disney.

Sete anos atrás, para cada US$ 1 em lucro operacional que a Disney fazia com os seus parques e resorts, ela gerava US$ 3 com a operação de televisão, o maior negócio da companhia. Hoje, essa proporção caiu para um múltiplo de 1,5.

A Disney continua aumentando o preço dos ingressos, mas o número de visitantes continua subindo, gerando um problema de capacidade em alguns parques. Em resposta a isso, o CEO Bob Iger está investindo bilhões de dólares nos seis complexos da empresa, localizados na Flórida, Califórnia, Paris, Hong Kong, Shangai e Tóquio.

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Em breve, haverá “rides” do Star Wars, do Frozen e dos Vingadores, e, além das novas atrações, a companhia estuda abrir seu sétimo resort, provavelmente na China.

Um analista ouvido pelo The New York Times estima que a Disney vai despejar US$ 24 bilhões em novas atrações (incluindo hotéis e cruzeiros) nos próximos cinco anos. Para se ter uma ideia: isto é mais do que a Disney pagou pela Pixar, Marvel e Lucasfilm somadas. 

“Os parques temáticos têm o maior retorno sobre o investimento dos negócios da Disney”, a analista da Merrill Lynch, Jessica Reif, disse ao jornal.

Os novos brinquedos e o aumento nos preços dos ingressos vão turbinar a receita e a rentabilidade num momento em que o mercado acompanha de perto a queda do número de assinantes da ESPN (até recentemente, a joia da coroa da Disney), o lançamento de seu serviço próprio de streaming (concorrendo mano a mano com a Netflix) e a conclusão da compra dos ativos da Fox.

Apesar de serem a atração mais conhecida da Disney, os parques são sua segunda maior fonte de receita, vindo pouco atrás do negócio de TV — que inclui os canais ESPN e ABC. As outras linhas de receita são os filmes e os produtos para consumo. (Nas contas do Morgan Stanley, quando a aquisição da Fox for concluída, a receita dos parques deve ser diluída de 40% para 30% do total).

Só na Flórida 56 milhões de pessoas visitaram os parques da Disney em 2018, e o número tem se mostrado crescente em praticamente todo o mundo. No ano passado, as visitas aos parques da empresa aumentaram 4% globalmente, a despeito dos aumentos constantes no preço do ingresso.

No último deles, há três dias, a Disney subiu em 10% a entrada para os dias de pico na Flórida e Califórnia. O ingresso passou de US$ 135 para US$ 149.

O crescimento do negócio de filmes, que bateu recorde no ano passado com franquias bem sucedidas, também está ajudando a expansão dos parques.

Em meados deste ano, a Disney vai abrir nos parques da Flórida e Califórnia uma área chamada “Star Wars: Galaxy’s Edge”, com inúmeros brinquedos ligados ao universo do filme.

Por exemplo, os visitantes poderão pilotar a Millennium Falcon, enquanto em outra atração poderão entrar a bordo de um Destróier Estelar Imperial. Atrações do filme “Frozen” e de produções da Marvel também devem ser inauguradas em diversos resorts.

“A implementação de preços sazonais nos parques pode impulsionar um crescimento de um dígito alto no gasto por usuário nos Estados Unidos, e a abertura dos parques do Star Wars pode levar a um crescimento adicional de receita”, a equipe do Morgan Stanley disse num relatório que aponta os parques como um dos maiores vetores de crescimento da empresa neste ano.