O fundador da Azul, David Neeleman, se prepara para empreender de novo – nos EUA.

10105 2b57c6cb 5018 7fffffffffffffff 0053 385c90640ca0Ele já teria levantado US$ 100 milhões para lançar uma nova companhia ‘low cost’ no mercado americano, a Moxy. A notícia é da Airline Weekly, revista especializada que teve acesso a uma apresentação de Neeleman para investidores.

A Moxy já tem até encomendas: 60 jatos Bombardier CS300, com previsão de entrega para o começo de 2020. O avião tem capacidade para até 160 passageiros. Outros 60 estão previstos para 2024.

Esta será a quinta companhia aérea no currículo de Neeleman, que nasceu no Brasil e fundou a Azul em 2008.

Diferentemente do Brasil, o mercado americano voa em céu de brigadeiro.

Há uma década as companhias aéreas dos EUA dão resultado positivo, com margens operacionais na casa dos dois dígitos nos últimos quatro anos.

Neeleman vai colocar dinheiro do próprio bolso, e também já garantiu aportes de dois executivos da indústria: Robert Milton, ex-CEO da Air Canada e atual chairman da United Continental Holdings, mas que está de saída do cargo, e Henri Courpron, ex-CEO da ILFC, a gigante de leasing de aeronaves, ex-executivo da Airbus e atual consultor da Bombardier. (Henri também é conselheiro da Azul.)

A nova empresa deve apostar em aeroportos secundários e menos congestionados, voos ponto a ponto e tarifas mais competitivas.

Na apresentação, Neeleman diz que as onze empresas aéreas americanas vivem um “oligopólio confortável”, com US$ 72 bilhões de lucro nos últimos quatro anos. E promete algo difícil de cumprir: “te levar ao destino duas vezes mais rápido, pela metade do preço.”

A Moxy não vai ter TV ao vivo individual, uma conveniência oferecida na Azul e na JetBlue. Mas os passageiros terão wi-fi de graça e poderão acessar a internet nos seus próprios devices.

A opção pela Bombardier é um golpe para a Embraer. A JetBlue foi o cliente de estreia do E190, e a Azul foi fundada com o apelo nacionalista de uma frota Embraer. Recentemente, a Azul começou a substituir jatos da Embraer por Airbus 320neo, que têm mais capacidade e portanto custo por assento muito inferior.

Neeleman está se tornando um cliente cada vez mais importante para a Airbus, que hoje controla a nova linha de jatos comerciais da Bombardier.