A mineradora californiana KoBold Metals, que usa inteligência artificial na prospecção de jazidas, disse que encontrou na Zâmbia reservas de cobre que podem ser a maior descoberta nos últimos 100 anos.

A deep tech se concentra na busca de depósitos de minerais como cobre, lítio, cobalto e níquel – todos considerados críticos para as tecnologias de transição energética.

Em sua prospecção, o modelo de IA desenvolvido pela KoBold analisa grandes bases de dados, desde resultados de antigas explorações até informações e satélites. A partir de padrões geológicos, os algoritmos indicam os locais das possíveis reservas.

A tecnologia também contribui para aumentar a produtividade. A exploração pode se concentrar nas áreas com maior presença de minério, diminuindo desperdícios e reduzindo o impacto ambiental.

A KoBold se tornou um unicórnio no final do ano passado, após receber um aporte de US$ 200 milhões com um valuation de US$ 1 bilhão. 

Já colocaram dinheiro no negócio a Andreessen Horowitz, a Equinor, a BHP e a Breakthrough Energy Ventures – o fundo criado por Bill Gates que tem entre seus investidores Ray Dalio, Richard Branson, Jack Ma e Jeff Bezos.

A KoBold vem explorando a concessão de Mingomba, na Zâmbia, há cerca de um ano. As reservas se localizam a mais de 1.200 metros abaixo da superfície.

“Sabemos que Mingomba será uma das maiores minas de cobre de alta qualidade quando a produção for iniciada,” disse ao Financial Times o fundador e presidente da empresa, Josh Goldman.

Segundo Goldman, as reservas têm um potencial semelhante ao do gigantesco complexo de Kamoa-Kalula, na vizinha República Democrática do Congo. A mina, de elevado grau de pureza, iniciou sua produção comercial em 2021.

Kamoa-Kalula produziu no ano passado 400 mil toneladas métricas. A concessão pertence à mineradora canadense Ivanhoe Mines, de Robert Friedland, e à chinesa Zijin Mining Group.

A KoBold não fez uma previsão sobre o início da exploração comercial, mas disse que deverá ocorrer nos próximos dez anos. O grau de pureza seria ao redor de 5%, semelhante às das reservas de Kamoa.

A startup ingressou no projeto da Zâmbia em 2022, fechando uma joint venture parceria com os donos da concessão, a empresa australiana de private equity EMR Capital e o fundo estatal ZCCM-IH.

Segundo a Reuters, a KoBold avalia a entrada de novos parceiros para acelerar o desenvolvimento da mina, que necessitará investimentos ao redor de US$ 2 bilhões. Uma alternativa é a abertura de capital.

A mineradora, que investiu US$ 100 milhões no projeto da Zâmbia no ano passado, participa de projetos ao lado da BHP e da Rio Tinto no Canadá e na Austrália.