O Congresso mexicano aprovou ontem uma mudança na lei federal que vai proibir varejistas de cobrar um valor adicional em transações no cartão de crédito e débito.
A mudança beneficia os consumidores mexicanos — mas, na opinião do Bradesco BBI, também deve ajudar o Nubank, que vê o México como sua próxima fronteira de crescimento.
A nova lei, aprovada por unanimidade, determinou a cobrança de multas — que vão variar de US$ 42 a US$ 136 mil — para os varejistas que não se adequarem à medida.
O Bradesco BBI disse que a lei elimina a diferenciação de preços nos meios de pagamento e deve ajudar na bancarização do país, que ainda é muito dependente do dinheiro físico.
“O México ainda é majoritariamente desbancarizado comparado com outros países, com apenas 49% da população tendo uma conta bancária em comparação a 84% no Brasil,” escreveu o time de analistas liderado por Gustavo Schroden.
A penetração do cartão de crédito é ainda menor, de apenas 12%, em comparação aos 49% do Brasil.
“A mudança deve ser positiva para os consumidores e bancos e deve impulsionar o uso de cartões de crédito e débito, ajudando a aumentar a penetração no país.”
O Bradesco notou, no entanto, que a cobrança do adicional nas compras no cartão estava concentrada em varejistas de menor porte, que basicamente estavam repassando as taxas dos cartões para os consumidores.
A mudança na lei vem um mês depois do Nubank ter anunciado uma parceria com uma varejista no México para que seus clientes façam depósitos em dinheiro na Cuenta Nu — uma forma de tentar driblar a predominância do dinheiro físico.
No final do ano passado, o Nubank tinha 5,2 milhões de clientes no México — uma fração dos 89 milhões de clientes no Brasil, mas um número relevante para uma operação que começou em 2019.
A ação do Nubank sobe 1,6% na Nasdaq agora à tarde, com o banco valendo US$ 57 bilhões (R$ 285 bilhões).