O Magazine Luiza acaba de anunciar uma oferta de ações de cerca de R$ 1,9 bilhão a preços de fechamento de ontem — quase o dobro do que se previa meses atrás. A ação deve ser pressionada no pregão de hoje, e o mercado deve buscar um desconto em relação ao preço atual.
A companhia vai oferecer 24 milhões de ações. Destas, 17,6 milhões serão novas ações, e os recursos vão para o caixa da companhia.
A família de Luiza Helena Trajano, que controla a companhia, está vendendo outras 6,4 milhões de ações para monetizar um dos ralis mais impressionantes da Bolsa brasileira. Cada vez mais precificado como uma ação de tecnologia, o Magazine já tem um valor de mercado de R$ 13,55 bilhões. Para efeito de comparação, a Via Varejo, dona das marcas Ponto Frio e Casas Bahia, vale R$ 8,6 bilhões.
O Magazine lutava há meses para decidir o ‘timing’ ideal da operação. Agora, uma fonte próxima da companhia disse que, apesar da conjuntura política continuar incerta, a conjuntura econômica — queda dos juros, do desemprego e da inflação — deu ao conselho a confiança para seguir adiante com a oferta.
A companhia conversa com os bancos sobre esta oferta desde maio, quando falava em captar R$ 1 bilhão numa oferta 100% primária para reduzir seu endividamento líquido. Na época, a empresa valia R$ 6,2 bilhões na Bolsa.
Os recursos devem ser usados para crescer o marketplace, adquirir startups de tecnologia, abrir novas lojas físicas, arredondar a estrutura de capital da companhia reduzindo o endividamento de curto prazo, e transformar as lojas atuais em mini centros de distribuicao.
Os seguintes bancos devem coordenar a oferta: BTG Pactual, JP Morgan, Merrill Lynch, Itaú BBA, Credit Suisse, Bradesco, Santander e Banco do Brasil. O roadshow começa esta semana no Brasil, e na próxima vai aos EUA e Europa. O pricing está marcado para o dia 27.
No mês passado, o Magazine desdobrou sua ação na proporção de 1 para 8, o que reduziu o valor nominal do papel e aumentou a liquidez. Agora, a oferta deve aumentar ainda mais a liquidez da ação, garantindo que o Magazine aumente sua participação nos índices de mercado.