A Brookfield disse hoje que estuda fazer o spinoff de sua divisão de gestão de recursos — dando origem a uma nova empresa que poderia valer sozinha quase o market cap inteiro da companhia canadense.
“O mercado financeiro evoluiu. O que as pessoas gostam hoje é de modelos asset light,” o CEO da Brookfield, Bruce Flatt, disse ao Financial Times. “Parece que há uma enorme quantidade de valor a ser destravada para os acionistas .”
Nas contas de um analista ouvido pelo FT, a divisão de asset management da Brookfield poderia valer sozinha US$ 75 bilhões. Para efeito de comparação, a companhia inteira vale hoje cerca de US$ 96 bi na Bolsa de Nova York.
O spinoff separaria um negócio que administra mais de US$ 360 bilhões em ativos de terceiros em setores como real estate, infraestrutura, energia renovável, crédito e private equity — deixando a Brookfield com outros US$ 50 bi em ativos que ela controla diretamente.
A companhia é dona, por exemplo, de um portfólio robusto de imóveis que inclui o Canary Wharf, em Londres; dois dos maiores prédios comerciais de Nova York; e mais de 100 shoppings nos Estados Unidos.
A Brookfield também tem participação diretas em empresas listadas de infraestrutura, energia e indústrias.
A intenção de ‘spinoffar’ sua gestora foi divulgada hoje pela companhia, junto com seu resultado do quarto trimestre, numa carta direcionada aos acionistas.
No documento, o CEO disse que “à medida que consideramos essas opções (inclusive possivelmente não fazer nada), vamos reportar qualquer decisão nos próximos trimestres/anos — e adoraríamos ouvir qualquer visão que vocês tenham.”
O mercado de fato parece estar pagando mais por companhias asset light.
A Blackstone, que não tem nenhum investimento direto em seu balanço e faz apenas a gestão de recursos de terceiros, negocia a múltiplos mais altos que os de companhias como a Brookfield, KKR e Apollo Global — que tem parte de seu valor ligado a seus investimentos diretos.