As ações da Lupatech negociam na Bovespa a 40 centavos.

No entanto, é possível comprar na própria Bovespa um direito de comprar a ação a 25 centavos.

Esse direito, que negocia sob o código LUPA1 e expira em 22 de agosto, custa apenas 1 centavo, ou seja, o investidor que comprar o direito e exercê-lo daqui a três semanas, terá gasto 26 centavos para comprar a ação, em vez dos 40 centavos.

A corretora que mais tem intermediado ordens de compra na ação é a XP Investimentos. Na visão de operadores de mercado, isto é um sinal de que investidores pessoa física (o principal público da XP, e que geralmente têm menos informação do que os investidores institucionais) são os principais compradores da ação.

“O preço da ação terá que convergir para o preço da subscrição,” diz um gestor que está acompanhando a movimentação. “Nunca vi algo assim na minha vida.”

Os direitos de subscrição existem porque a Lupatech está sendo recapitalizada: os credores da companhia concordaram em converter a dívida da empresa em capital. Como parte deste processo, cada acionista atual ganhou o “direito” de colocar mais dinheiro na empresa no mesmo preço a que os credores estão convertendo sua dívida.

Assim, para cada ação da Lupatech que existe hoje, 33,5 novas ações serão emitidas, a 25 centavos cada.

Diz outro gestor: “Com esse derrame de ações, a ação vai negociar a uns dois ou três centavos depois que a capitalização acabar. Os credores já jogaram o prejuizo da dívida em seus balanços. Eles vão pegar as novas ações, vender no mercado imediatamente e lançar o resutado como lucro.”

Uma das possíveis explicações para a ação se manter alto por enquanto é que os investidores institucionais — que poderiam vender a ação a descoberto, apostando na queda — não conseguem achar a ação para alugar.