A Light trocou seu CEO e o chairman do conselho, importando um veterano da Equatorial Energia amplamente reconhecido por sua contribuição ao turnaround da empresa. 

A distribuidora carioca anunciou que Raimundo Nonato Castro, atual presidente da Cepisa — a distribuidora da Equatorial no Piauí — assumirá como presidente nas próximas semanas, substituindo Ana Marta Veloso, que estava no cargo desde maio de 2019. 

Ao mesmo tempo, a companhia anunciou que Firmino Sampaio, o ex-chairman da Equatorial e ex-presidente da Eletrobras, substituirá David Zylbersztajn como presidente do conselho. 

As substituições fazem parte do plano de Ronaldo Cezar Coelho, o ex-banqueiro do Multiplic que hoje é dono de 20% da companhia, de iniciar um turnaround que reduza as perdas operacionais e a inadimplência e, ao final, transforme a Light numa corporation.

Raimundo liderou o turnaround da Celpa, no Pará, desde a aquisição da companhia pela Equatorial. Historicamente, a Celpa tinha os piores índices de eficiência do setor — uma situação parecida com a Light hoje. 

Quando Raimundo assumiu a Celpa, a companhia tinha um índice de perdas não técnicas sobre baixa tensão (uma medida do furto de energia) de 64%; na Light, esse índice está na casa de 50%.

“O Raimundo é um monstro sagrado,” disse um gestor que está comprado na Light e Equatorial. “Ele é o cara que a Equatorial mandava para resolver os pepinos. É um cara que, se precisar, passa a noite de réveillon dentro da empresa.”

Fã da frase de Walt Disney sobre “realizar o impossível,” Raimundo fez diferença também no Piauí. Quando assumiu a Cepisa em 2018, as perdas caíram de 30% para 20% em um ano. 

A notícia da contratação — que saiu no meio da tarde na coluna de Lauro Jardim — pegou os shorts vendidos em 14,7 milhões da Light, quase 5% do capital e um nível recorde de short para a companhia.

Com o deus-nos-acuda, o papel fechou em alta de 11% a R$ 16,91.