Desde que foi criada pelo Pátria Investimentos há oito anos, a Lavoro cresceu com uma estratégia clara: fazer um M&A atrás do outro.

De lá para cá, 24 aquisições transformaram a distribuidora de insumos agrícolas num colosso com quase 200 lojas espalhadas pelo Brasil e um faturamento que deve chegar a R$ 7,5 bilhões este ano. 

Agora, a Lavoro acaba de colocar mais duas empresas para dentro. A companhia comprou a Casa Trevo e a CATR, duas distribuidoras de insumos agrícolas do Rio Grande do Sul que pertenciam ao Grupo AZ. 

A Lavoro comprou em torno de 85% dos dois negócios, deixando os 15% restantes nas mãos do fundador do grupo, Pascal Bavaresco.

A aquisição marca a entrada da Lavoro no estado – o terceiro maior mercado de insumos agrícolas do Brasil – e dobra o faturamento da empresa na vertical que ela chama de ‘redistribuição’.

Nessa frente, a Lavoro vende os insumos para outras revendas, que depois vendem para o produtor rural. A empresa opera ainda com uma rede própria de lojas — uma vertical onde compete com a Agrogalaxy — e com a CropCare, uma fabricante de produtos biológicos e especializados que opera no mesmo nicho da Vittia. 

As duas empresas adquiridas adicionam em torno de R$ 200 milhões ao faturamento da vertical de redistribuição, que passa a representar 7% de toda a receita da Lavoro. (A CropCare representa outros 5% e o restante está na venda direta para o produtor rural.) 

Ruy Cunha, o presidente da Lavoro no Brasil, disse ao Brazil Journal que o objetivo é “dobrar o faturamento do Rio Grande do Sul em três ou quatro anos,” tanto com o crescimento orgânico das duas empresas quanto com a aquisição de outras. 

Segundo ele, o Rio Grande do Sul é um estado complexo para se entrar organicamente.

“A Casa Trevo, por exemplo, tem 50 anos nesse mercado e conhece profundamente a região, algo que é difícil de replicar. Eles têm em torno de 450 clientes, com um nível de fidelidade alta e inadimplência muito baixa,” disse ele. 

Além do Brasil, a Lavoro opera na Colômbia e no Uruguai, que respondem por 15% da receita. A companhia espera crescer 25% este ano.

Uma das grandes apostas de crescimento é a CropCare, que fabrica três linhas de produtos: especialidades, biológicos e agroquímicos. 

Nas especialidades, a CropCare lançou recentemente uma linha que cobre todo o ciclo vegetativo da planta – da preparação do plantio à proteção da safra.

“Vai ser um dos maiores portfólios do mercado. Do plantio à colheita vamos ter um produto nosso, de marca própria,” disse o executivo, acrescentando que há um benefício muito grande de operar nesses dois elos da cadeia (fabricação e distribuição).