A Kroton sinalizou à Tarpon que está disposta a ofercer até R$ 5 bilhões pela Somos Educação, um prêmio de 33% sobre o valor de mercado atual, de R$ 3,75 bilhões.
Sempre que perguntada, a Tarpon tem dito ao mercado que ainda está só no início de seu trabalho de geração de valor na Somos, mas o prêmio embutido na proposta está fazendo a gestora pensar no assunto.
As conversas entre os dois lados — que ainda não resultaram numa oferta firme — acontecem depois da Kroton ter sido impedida pelo CADE de concluir a compra da Estácio.
Agora, o CEO Rodrigo Galindo quer fazer a Kroton crescer no ensino básico e fundamental, frequentemente vistas pelos investidores como a próxima fronteira depois que o ensino superior foi amplamente consolidado. Logo após o veto do CADE à fusão com a Estácio, Galindo disse ao Valor, “O mercado de educação básica é maior do que o ensino superior, que fatura R$ 55 bilhões, e mais pulverizado. Há mais 20 mil escolas contra 2,3 mil faculdades.”
A Somos é o maior grupo de educação básica do Brasil, com um portfólio que conta com sistemas de ensino, escolas e cursos preparatórios. A companhia é dona de marcas valiosas como o Anglo e o PH, além das editoras Ática, Scipione e Saraiva.
A Tarpon controla a Somos com 74,8% do capital, e o GIC, fundo soberano de Singapura, tem outros 18,5%. Demais investidores têm 6,7% de forma pulverizada, mas como o GIC é considerado parte do ‘free float’, a empresa atende à exigência do Novo Mercado de ter 25% de seu captal nas mãos de não-controladores.
A Kroton conhece bem a companhia. Mario Ghio, atual vice-presidente acadêmico da Kroton, já foi presidente da empresa.