O perrengue chique de quem tem jatinho e precisa usar Guarulhos pode estar com os dias contados.  

A ANAC autorizou o São Paulo Catarina — o aeroporto executivo da JHSF — a operar voos internacionais, uma notícia amplamente aguardada pela empresa e pelo mercado. 

A ação da JHSF subiu mais de 6% com a notícia, com mais que o dobro do volume médio de negociações.

A internacionalização do aeroporto vai permitir que ele receba aviões vindos do exterior sem que eles tenham que fazer escala em outro aeroporto para realizar os trâmites de imigração e alfândega — aumentando a comodidade dos donos de jatinho. 

A expectativa é que a operação de voos internacionais comece já no segundo semestre. 

Criada em dezembro de 2019, o Catarina oferece a São Paulo uma solução que já é comum em outras metrópoles: separar a aviação comercial da executiva, gerando eficiência para os dois lados.

Hoje, um cliente da aviação executiva que mora em São Paulo tem que decolar ou pousar em Guarulhos, um aeroporto conhecido pelo pesadelo logístico nos trâmites de embarque.

Apesar dos jatinhos serem associados a um estilo de vida glamouroso, 85% do tráfego aéreo da aviação executiva está conectado a viagens de negócios — ou seja, PIB na veia. 

Para a JHSF, a autorização da ANAC deve acelerar o crescimento do tráfego do aeroporto e atrair novos clientes. 

Mas a operação do Catarina ainda está longe de ter representatividade no balanço da empresa. No primeiro trimestre, o aeroporto contribuiu com R$ 8 milhões para um faturamento de mais de R$ 400 mi. 

O movimento (pousos e decolagens), no entanto, cresceu 258% ano contra ano; o volume abastecido, 398%; e o número de aviões hangarados mais de 4x.  

A JHSF tem dito a investidores que vê grande potencial para o negócio se tornar relevante dentro da companhia do ponto de vista de contribuição no resultado. 

Além disso, há a sinergia óbvia entre o aeroporto e outros ativos da empresa. Como o shopping Catarina Fashion Outlet e a Fazenda Boa Vista ficam próximos ao aeroporto, ele também deve ajudar a atrair fluxo para os dois negócios. 

Mas o Catarina vai enfrentar concorrência fresca.

Segundo o site Aeroflap, a Infraero está fazendo obras de adequação de algumas áreas do aeroporto de Congonhas para permitir a operação internacional de aviação executiva. As obras — que incluem a criação de instalações para a Polícia Federal e a alfandêga — começaram neste mês e devem ser concluídas em outubro.