Para os analistas do Itaú, a debacle das ações da PagSeguro e da Stone este ano não é uma oportunidade de compra – eles estão reduzindo a recomendação para as ações para “market perform” e cortando drasticamente os targets.

Apesar da “super correção” recente nos preços, os analistas dizem que ainda não conseguem se animar com as ações nos múltiplos atuais.

A ação da Stone acumula queda de 80% em 2021 e ainda assim negocia a 60x lucro. No caso da PagSeguro, a desvalorização é de 52% e o P/L está em 36x.

Para o Itaú, a vida das empresas de meios de pagamentos vai ficar cada vez mais difícil por conta do aumento nos custos do funding, de mudanças regulatórias à vista e do aumento do CAC com mais competição.

Mas cada empresa tem seus problemas específicos.

No caso da Stone, o cenário é de tempestade perfeita. A empresa enfrenta ao mesmo tempo os desafios de incorporar a Linx, de repassar a alta no custo de funding e de reconstruir todo o seu produto de crédito. Os analistas reduziram em 72% o preço-alvo da ação de US$ 65 para US$ 18.  O papel negocia a US$ 16.

Já para a PagSeguro, a expectativa é de que a lucratividade diminua. Os analistas dizem que o ramp up do PagBank virá num prazo mais longo que o esperado, e que os investimentos na plataforma continuam.

Além disso, apontam o nível crescente de depreciação das maquininhas: depois de uma mudança contábil feita pela empresa em 2019, essa linha deverá pesar cada vez mais no resultado da empresa.

O preço-alvo estimado para a PagSeguro para 2022 foi reduzido em 60%, de US$ 70 para US$ 29.  O papel negocia a US$ 27.