Não durou muito.
Apenas dois meses depois de retomar a cobertura de Petrobras com outperform, o Itaú BBA está dando um downgrade na ação citando o ambiente macro mais desafiador, os retornos acima do esperado que a empresa deu e meses de “muita volatilidade” pela frente.
“Desde que retomamos a cobertura, por conta da forte geração de caixa e da excepcional distribuição de dividendos, a empresa entregou um retorno ao acionista de 57%, quase alcançando nossa estimativa de um upside 63%,” escreveram os analistas Monique Greco, Bruna Amorim e Eric de Mello.
O Itaú BBA reduziu de R$ 43 para R$ 38 o valor justo da ação em 2022.
As novas estimativas incorporam uma alta no custo de capital da empresa, por conta de um cenário mais prolongado de juros altos e de incertezas macro no longo prazo; além da distribuição de dividendos mais agressiva do que o esperado no segundo tri, e a acomodação antecipada dos preços internacionais de petróleo, que mudou a dinâmica de preços no mercado doméstico.
“A Petrobras deverá continuar apresentando resultados e fundamentos sólidos, mas os próximos meses deverão ser de muita volatilidade, o que nos leva a esperar por um caminho claro para a tese de investimentos da empresa,” escreveram os analistas.
Os analistas também esperam dividendos mais modestos no segundo semestre. O Itaú disse que espera uma geração de caixa menor da empresa, o que deverá levar a um dividendo de R$ 4,7 por ação na segunda metade do ano, o equivalente a um dividend yield trimestral de 7%.
No segundo trimestre, a Petrobras pagou R$ 6,7 por ação, um dividend yield trimestral de 21%, enquanto o Itaú estimava 15%.