O IRB deve anunciar um aumento de capital na próxima segunda-feira depois de ficar “desenquadrado” em relação às exigências de capital mínimo feitas pelo regulador, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.

A capitalização vai ficar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão; e o valor da ação será fixado próximo a R$ 1, com um deságio da ordem de 50%. 

O papel fechou hoje a R$ 2,30, em alta de 0,43%. 

“O preço de tela hoje do IRB está totalmente errado,” disse uma fonte.  “Se sair com um desconto só de uns 30%, não vai ter demanda.” 

Nos cálculos dessa fonte, a ação deverá ficar numa faixa entre R$ 0,90 e R$ 1,20. 

O mercado já vinha dando a operação como certa, depois que o IRB divulgou um prejuízo de R$ 273 milhões apenas em maio. 

Mas há uma preocupação de o IRB sair com uma operação num tamanho insuficiente ou no preço errado. 

Há dois trimestres o IRB vem reportando um ‘aperto’ na   “suficiência de patrimônio líquido ajustado”, que saiu de 143% em setembro de 2021 para 106% em dezembro de 2021 e 105% em março de 2022. 

Quando o percentual fica abaixo dos 100% – o que teria acontecido agora – a empresa está ‘desenquadrada’, e como se trata de PL precisa ou chamar capital ou ‘dar lucro’. 

O resultado do ressegurador foi duramente afetado por duas ‘quebras de safra’ seguidas, que impactaram a empresa num momento em que ela ainda ‘arrumava a casa’ depois de ter os resultados questionados pela gestora Squadra e afastado seu alto escalão, em 2020. 

A cobertura de provisões técnicas da empresa também estava perto do limite exigido pelo regulador em março. Na próxima segunda-feira, o IRB divulga o resultado do segundo tri.

Nas últimas semanas, o IRB vinha estudando no mercado outras opções envolvendo emissões de dívida ou a entrada de um novo investidor no negócio. Mas deverá optar pelo aumento de capital, segundo as fontes.

Em 2020, o IRB já correu o risco de ser desenquadrado, mas fez um aumento de capital de R$ 2,3 bi para evitar que isso acontecesse. Naquele ano, a operação já saiu com o comprometimento dos principais acionistas: Itaú (11,5%) e Bradesco (15,7%). 

Para o mercado, os bancos deverão dar mais uma vez suporte à operação, para garantir a continuidade da empresa. Uma fonte especula sobre a possibilidade de eles aumentarem a participação e eventualmente fecharem o capital do IRB. 

O IRB tem hoje 267 mil pessoas físicas como acionistas.