A tragédia do ensino médio público no Brasil é conhecida: 25% dos jovens que ingressam no 1º ano não concluem o ciclo. E menos de 4% terminam o terceiro ano com conhecimento adequado em matemática e português.
Ao invés de se lamentar diante das estatísticas, um grupo de banqueiros e advogados da Faria Lima resolveu partir para a ação – e colocar a mão no bolso.
Criado há pouco mais de um ano, o Instituto Apoia premia bons alunos da escola pública com bolsas de estudo em escolas particulares.
“Queremos retribuir as oportunidades que tivemos”, diz um dos fundadores do Apoia, Pedro Henrique Fragoso, diretor executivo de private equity do BTG e ex-bolsista da Fundação Estudar, organização criada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira que oferece bolsas de estudo em universidades no Brasil e no exterior. “Mas não queremos só doar. Queremos saber o ROI. Saber para onde vai o dinheiro, em quem estamos investindo.”
O programa dá oportunidade para que os investidores interajam com os bolsistas apadrinhados e façam o acompanhamento escolar a cada bimestre. “Já tivemos até um ‘padrinho’ que ficou tão próximo que quis levar o bolsista para assistir a um concerto na Sala São Paulo”, diz André Bernini, sócio do Pinheiro Neto e também fundador do Apoia.
O Apoia banca mensalidades em colégios particulares, curso de inglês na Cultura Inglesa, mentoria de carreira com os executivos parceiros do programa, além de auxílio para transporte e alimentação.
Neste seu primeiro ano, o Apoia abraçou cinco bolsistas – a um custo anual de R$ 35 mil por aluno, por três anos.
Dentre os critérios de seleção estão renda familiar de até 3,5 salários, excelência acadêmica e muito brilho nos olhos. No final de setembro, 400 candidatos participaram de um maratona de seleção para ingressar no programa a partir do ano que vem.
O processo seletivo contou com a participação de parceiros voluntários da Faria Lima e incluiu provas acadêmicas, rodas de conversa e entrevistas com os estudantes e seus pais.
Quinze estudantes foram selecionados – mas o número de bolsas vai depender da campanha de arrecadação. (Este negrito é para quem ainda não fez uma boa ação este ano.) É possível se comprometer com os estudos de um único bolsista, fazer uma contribuição pontual ou mesmo pequenas contribuições mensais.
O Apoia conta com apoio e parcerias do BTG, do escritório Pinheiro Neto, da Jive, da WeWork e da Cultura Inglesa que, além de bolsas integrais, apoia também com recursos.
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